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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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<strong>do</strong> que utilizara aviões <strong>da</strong> FAB para <strong>de</strong>sfrutar momentos <strong>de</strong> lazer<br />

em Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha (praxe administrativa, segun<strong>do</strong> o agente),<br />

usurpou a competência <strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>.<br />

Apesar <strong>de</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Reclamação já estar <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, isto<br />

por existirem seis votos a favor e apenas um contra (o <strong>do</strong> Ministro<br />

Carlos Velloso), o acolhimento <strong>da</strong> tese ain<strong>da</strong> permanece em aberto,<br />

já que o <strong>Tribunal</strong> sofreu consi<strong>de</strong>ráveis alterações em sua composição.<br />

O teor <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates, no entanto, <strong>de</strong>ixa evi<strong>de</strong>nte que o <strong>Tribunal</strong><br />

não compactuará com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> os altos escalões<br />

<strong>do</strong> po<strong>de</strong>r respon<strong>de</strong>rem por atos <strong>de</strong> improbi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Acresça-se ser<br />

igualmente factível que se estabeleça uma espécie <strong>de</strong> "apartheid<br />

jurídico": os agentes políticos que, nos crimes <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

tenham o foro por prerrogativa <strong>de</strong> função previsto na Constituição,<br />

não praticam atos <strong>de</strong> improbi<strong>da</strong><strong>de</strong>; os <strong>de</strong>mais (leia-se: os Prefeitos<br />

Municipais) sim.<br />

À luz <strong>de</strong>sse quadro, aparentemente sacramenta<strong>do</strong>, parece-nos<br />

relevante <strong>de</strong>monstrar o equívoco <strong>da</strong> tese (óbvio, não fosse o fato <strong>de</strong><br />

estar sen<strong>do</strong> acolhi<strong>da</strong> pelo Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral) e, principalmente,<br />

a sua discrepância em relação ao papel diuturnamente <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong><br />

pela jurisdição constitucional na interpretação <strong>da</strong> Constituição.<br />

Com isto, espera-se <strong>de</strong>monstrar o pesa<strong>do</strong> far<strong>do</strong> a ser <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong><br />

pelo Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral para a população brasileira, pois,<br />

como afirmou o Ministro Carlos Velloso, essa tese "é um convite<br />

para a corrupção".<br />

2. NATUREZA JURÍDICA DAS SANÇÕES COMINADAS NA<br />

LEI DE IMPROBIDADE<br />

Com o evolver <strong>da</strong>s civilizações e a constante mutação <strong>da</strong>s<br />

relações intersubjetivas, foi inevitável o aperfeiçoamento <strong>do</strong><br />

regramento social. Outrora <strong>de</strong> proporções reduzi<strong>da</strong>s, ao alcance e<br />

sob o controle <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s; hodiernamente, afigura-se eiva<strong>do</strong> <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ímpar, culminan<strong>do</strong> em ser aglutina<strong>do</strong> em compartimentos<br />

normativos, os quais se encontram subdividi<strong>do</strong>s conforme a natureza<br />

e a importância <strong>do</strong>s interesses tutela<strong>do</strong>s.<br />

Com esteio em tal concepção, formulou-se a dicotomia entre<br />

o público e o priva<strong>do</strong>, bem como a inevitável repartição <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

<strong>de</strong>sses ramos consoante graus <strong>de</strong> especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> que i<strong>de</strong>ntificavam<br />

180 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

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