10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
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Mediante petição simples, com fun<strong>da</strong>mento no art. 475-J, requererá<br />
o causídico ao juízo competente o cumprimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
transita<strong>da</strong> em julga<strong>do</strong>, requeren<strong>do</strong> a intimação <strong>do</strong> advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r,<br />
para que tome ciência <strong>do</strong> início <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> fase, e informe a<br />
seu cliente a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprimento voluntário no prazo <strong>de</strong><br />
quinze dias <strong>da</strong> obrigação reconheci<strong>da</strong> pela sentença.<br />
Juntamente a este requerimento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, seria apresenta<strong>do</strong><br />
pelo advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, anexa à petição, to<strong>da</strong> a memória <strong>de</strong> cálculo<br />
que exige o art. 475-J combina<strong>do</strong> com o art. 614, II <strong>do</strong> CPC,<br />
incluin<strong>do</strong>-se aí, as verbas <strong>de</strong> sucumbência e os valores relativos ao<br />
montante principal já <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente atualiza<strong>do</strong>. 16<br />
Sem prejuízo ou embargo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, po<strong>de</strong>rá ser requeri<strong>do</strong> ao<br />
final <strong>da</strong> petição, que caso não cumpri<strong>da</strong> a obrigação voluntariamente<br />
pelo <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, seja imposta ex officio a multa prevista na lei, acrescentan<strong>do</strong>-se<br />
<strong>10</strong>% (<strong>de</strong>z por cento) sobre o valor apura<strong>do</strong> na memória<br />
<strong>de</strong> cálculo para fins <strong>de</strong> expedição <strong>de</strong> man<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> penhora e avaliação,<br />
na forma <strong>do</strong> art. 475-J, parágrafo primeiro <strong>do</strong> CPC. Po<strong>de</strong>m inclusive,<br />
também, na mesma petição, ser informa<strong>do</strong>s pelo cre<strong>do</strong>r <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> eventuais bens imóveis ou móveis <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r<br />
que tenha conhecimento, o que facilitará assim o cumprimento<br />
<strong>do</strong> man<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> penhora e avaliação pelo Oficial <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>.<br />
Assim sen<strong>do</strong>, não precisará o cre<strong>do</strong>r retornar aos autos para<br />
requerer a penhora e avaliação, pois já po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>ixar requeri<strong>da</strong> a<br />
necessária atuação jurisdicional em petição <strong>de</strong> início <strong>de</strong> cumpri-<br />
16 Comentan<strong>do</strong> com precisão acerca <strong>do</strong> momento <strong>de</strong> início <strong>do</strong> cumprimento <strong>de</strong> sentença, Daniel Amorim Assumpção<br />
Neves, assevera que "o art. 475-J <strong>do</strong> CPC prevê que o prazo somente começa a tramitar quan<strong>do</strong> a quantia a ser<br />
cobra<strong>da</strong> seja certa, exigin<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ntemete, uma liqui<strong>de</strong>z <strong>da</strong> obrigação para que se possa exigir <strong>do</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong><strong>do</strong> o<br />
pagamento. Conforme a melhor <strong>do</strong>utrina, liqui<strong>de</strong>z não significa a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> valor, mas sua <strong>de</strong>terminabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
por meros cálculos aritméticos, <strong>de</strong> forma que, após o reconhecimento <strong>do</strong> direito na sentença, sempre haverá reajustes<br />
para atualização <strong>do</strong> valor <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, o que se acentua na hipótese <strong>de</strong> recursos para os órgãos <strong>de</strong> superposição. E<br />
mesmo nos casos em que não há apelação a experiência mostra que entre o momento <strong>de</strong> prolação <strong>da</strong> sentença<br />
e o momento <strong>de</strong> início <strong>da</strong> busca <strong>da</strong> satisfação <strong>do</strong> direito haverá um lapso temporal suficiente a exigir a atualização<br />
<strong>do</strong> valor.(...) O que se preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar é que o <strong>de</strong>man<strong>da</strong>nte <strong>de</strong>verá, como ato inicial <strong>da</strong> fase <strong>de</strong> cumprimento<br />
<strong>da</strong> sentença que con<strong>de</strong>na o <strong>de</strong>man<strong>da</strong><strong>do</strong> a pagar quantia certa, apresentar um memorial <strong>de</strong> cálculos, atualizan<strong>do</strong><br />
o valor <strong>da</strong> con<strong>de</strong>nação até a presente <strong>da</strong>ta, única forma possível <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar o valor exato <strong>da</strong> obrigação nesse<br />
momento processual. Resta evi<strong>de</strong>nte que, uma vez apresenta<strong>do</strong> o <strong>de</strong>scritivo <strong>de</strong> cálculo nos autos, o <strong>de</strong>man<strong>da</strong><strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>verá ser intima<strong>do</strong> - na pessoa <strong>de</strong> seu patrono, como se verá - para que tome conhecimento <strong>de</strong> quanto é o valor<br />
atualiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua obrigação <strong>de</strong> pagar quantia até aquele momento, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>-lhe ciência <strong>de</strong> quanto <strong>de</strong>verá pagar<br />
para que se consi<strong>de</strong>re satisfeito o direito <strong>do</strong> autor". (Reforma <strong>do</strong> CPC. Leis 11.187/2005, 11.232/2005, 11.276/<br />
2006, 11.277/2006 e 11.280/2006/ Daniel Amorim Assunção Neves ... [et al.], São Paulo: <strong>Revista</strong> <strong>do</strong>s Tribunais,<br />
2006, p. 213-14).<br />
<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />
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