09.05.2013 Views

10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>de</strong>vem representar anseios <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A socie<strong>da</strong><strong>de</strong> cria em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

momentos, em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s espaços, padrões <strong>de</strong> comportamento<br />

aos quais faz com que sejam a<strong>de</strong>ri<strong>da</strong>s <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s reações<br />

<strong>do</strong> or<strong>de</strong>namento. A sanção ou a punição surge exatamente<br />

como a satisfação que se dá ao corpo social <strong>do</strong> qual foi emergente<br />

aquela norma jurídica. Assim, a segun<strong>da</strong> finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> apuração disciplinar<br />

resi<strong>de</strong> exatamente na satisfação que se dá ao jurisdiciona<strong>do</strong>,<br />

ao administra<strong>do</strong>, aquele que é objeto <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Administração.<br />

Em terceiro lugar, a sanção <strong>de</strong>ve também, no mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> psicologia,<br />

com reflexo no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> direito, funcionar como um preventivo.<br />

A própria existência <strong>da</strong> sanção <strong>de</strong>ve servir <strong>de</strong> lição para<br />

que o comportamento ilícito não aconteça. É uma finali<strong>da</strong><strong>de</strong> muito<br />

mais recomen<strong>da</strong>tória <strong>do</strong> que sancionatória, muito embora para a<br />

sua infelici<strong>da</strong><strong>de</strong> há <strong>de</strong> ser muito mais sancionatória.<br />

E, por último lugar, a aplicação <strong>da</strong> sanção tem que haver com<br />

o efeito que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominar como educativo ou recupera<strong>do</strong>r.<br />

Deseja-se que com a aplicação <strong>da</strong> pena se crie naquele que cometeu<br />

a lesão e naqueles que ao seu la<strong>do</strong> gravitam, a idéia <strong>de</strong> que<br />

aquela conduta foi ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e que ele <strong>de</strong>ve se a<strong>de</strong>quar a um padrão<br />

social e que, conseqüentemente, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> comportamento<br />

<strong>de</strong>ve ser evita<strong>do</strong>.<br />

Essas são as quatro finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as apurações<br />

<strong>de</strong> transgressões disciplinares. O que efetivamente se conclui é que<br />

a aplicação <strong>de</strong> qualquer que seja a natureza <strong>da</strong> punição, se constitui<br />

em uma constrição em direitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

To<strong>do</strong>s esses quatro objetivos são socialmente relevantes, mas<br />

to<strong>do</strong>s eles individualmente são <strong>do</strong>lorosos. A ca<strong>da</strong> dia verificamos<br />

que a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> direito não está na realização <strong>do</strong> bemestar<br />

social, mas sim <strong>do</strong> bem-estar individual. É na virtuali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

nossas realizações e <strong>de</strong> nossas aptidões individuais que se situa o<br />

or<strong>de</strong>namento jurídico. A busca <strong>da</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós é<br />

mais importante <strong>do</strong> que a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s em conjunto. Nesse<br />

senti<strong>do</strong>, falta a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a natureza, anteriormente<br />

apresenta<strong>da</strong>, <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> impor um castigo a um <strong>do</strong>s nossos<br />

semelhantes.<br />

212 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!