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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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co se tem ocupa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> pensar tão peculiar. É assombroso<br />

porque sempre, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os homens se <strong>de</strong>terminaram<br />

a conviver neste mun<strong>do</strong>, existe o direito; <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que exista<br />

a convivência e, portanto, as relações recíprocas, existe também<br />

o direito; <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que essas relações jurídicas causem prejuízos,<br />

existem juízes e, com eles, um mo<strong>do</strong> peculiar, muito<br />

peculiar, <strong>de</strong> pensar essas relações.<br />

Apesar disso, não há como se negar que a ciência jurídica se<br />

<strong>de</strong>senvolve através <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> próprio, diverso <strong>do</strong> <strong>da</strong>s outras ciências;<br />

o que é percebi<strong>do</strong> pelas expressões que os juristas empregam<br />

para <strong>da</strong>r a conhecer suas idéias; as sentenças são as fórmulas mais<br />

peculiares <strong>de</strong> que se utilizam os juristas para expor sua maneira <strong>de</strong><br />

pensar; nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> haver alguém, um sábio, um conselho <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>canos ilustres, um príncipe, um oráculo, que fizesse o papel <strong>de</strong><br />

julga<strong>do</strong>r. Po<strong>de</strong> não ter havi<strong>do</strong> <strong>do</strong>utrina. Mas direito e julga<strong>do</strong>r jamais<br />

<strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> se encontrar. 33<br />

O juiz não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ostentar sua condição humana para exercer<br />

suas funções. Como já se <strong>de</strong>ixou lavra<strong>do</strong>, ser pensante que é,<br />

não po<strong>de</strong> se afastar <strong>de</strong> preceitos i<strong>de</strong>ológicos, ain<strong>da</strong> mais que, a<br />

axiologia, um <strong>do</strong>s pilares <strong>da</strong> filosofia jurídica, ao la<strong>do</strong> <strong>da</strong> ontologia,<br />

<strong>da</strong> lógica jurídica formal e <strong>da</strong> lógica jurídica transcen<strong>de</strong>ntal, dirige<br />

as condutas que se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bram em direção a valores, questão que se<br />

tornou o centro <strong>da</strong>s atenções atuais <strong>do</strong> direito.<br />

DE COMO NÃO ABANDONAR A TÉCNICA E AO MESMO<br />

TEMPO NÃO DESERTAR DA CRIATIVIDADE. AS FONTES DO<br />

DIREITO E OS JULGADOS.<br />

A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> conheci<strong>da</strong>s diatribes filosóficas sobre o que se<br />

consi<strong>de</strong>ra fonte <strong>do</strong> direito, a teoria que divi<strong>de</strong> a matéria em <strong>do</strong>is<br />

significa<strong>do</strong>s parece ter aceitação genérica: fontes <strong>de</strong> criação e pro-<br />

33 I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m. P. 69. "De to<strong>da</strong>s estas expresiones que utilizan los juristas y que, <strong>de</strong> algún mo<strong>do</strong> exponen su mo<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> pensar, la más peculiar <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s son las sentencias …Lo curioso es que hay un funcionario que socialmente nunca<br />

ha falta<strong>do</strong>: se trata <strong>de</strong>l juzga<strong>do</strong>r. Bajo la forma <strong>de</strong> un anciano sabio, un consejo <strong>de</strong> ilustres <strong>de</strong>canos, un príncipe, un<br />

oráculo, o un funcionario investi<strong>do</strong> a ese efecto, siempre hay en la organización social un juzga<strong>do</strong>r, esto es, un órgano<br />

<strong>de</strong>l cual, sociológicamente, se admite una actitud judicativa, que se distancia y diferencia <strong>de</strong> la actitud legisferante<br />

y la actitud ejecutiva o administrativa".<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />

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