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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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Constitucionalismo no Brasil<br />

(1930-1945)<br />

Antonio Sebastião <strong>de</strong> Lima<br />

Juiz <strong>de</strong> Direito (aposenta<strong>do</strong>) <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro. Mestre em Ciências Jurídicas.<br />

Professor <strong>de</strong> Teoria <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e Direito<br />

Constitucional<br />

I - INTRODUÇÃO<br />

Instaura<strong>da</strong> a República, no Brasil, cresceram a população e os<br />

problemas. Os costumes e a mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> no mun<strong>do</strong> político não se<br />

afeiçoaram ao republicanismo. O espírito <strong>de</strong> nobreza e o <strong>de</strong>sprezo<br />

pelo trabalho manual continuavam. A política nacional gravitava<br />

em torno <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Minas Gerais,<br />

como gravitara, no Império, em torno <strong>da</strong>s províncias nor<strong>de</strong>stinas, no<br />

ciclo <strong>do</strong> açúcar. Os <strong>de</strong>mais Esta<strong>do</strong>s seguiam a reboque, como vagões<br />

<strong>de</strong> uma locomotiva. A competição pelos cargos eletivos primou<br />

pela <strong>de</strong>sleal<strong>da</strong><strong>de</strong> e violência. A disputa política estava adstrita<br />

aos membros <strong>da</strong>s oligarquias regionais, sem participação popular.<br />

No interior, o man<strong>do</strong> político estava nas mãos <strong>do</strong>s coronéis. Havia<br />

permanente tensão entre o governo fe<strong>de</strong>ral e os governos estaduais.<br />

Cargos administrativos <strong>de</strong>stinavam-se aos apadrinha<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> preparo ou eficiência. A economia se manteve essencialmente<br />

agrícola, individualista e liberal, ten<strong>do</strong> como carro-chefe a<br />

produção cafeeira. Os campônios <strong>de</strong>semprega<strong>do</strong>s, sem terra para<br />

lavrar, sem ga<strong>do</strong> para cui<strong>da</strong>r, sem mina para explorar, vieram para<br />

a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e se empregaram em fábricas e serviços gerais, forman<strong>do</strong><br />

a cama<strong>da</strong> baixa <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Profissionais liberais, funcionários<br />

públicos, emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> comércio, proprietários <strong>de</strong> imóveis e <strong>de</strong><br />

casas <strong>de</strong> comércio, militares, formavam a cama<strong>da</strong> média <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Havia estabelecimentos industriais, comerciais, bancários,<br />

82 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008

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