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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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previamente inváli<strong>da</strong> a prova que os Processos Disciplinares po<strong>de</strong>m<br />

produzir.<br />

Não será por um atributo <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, real ou presumi<strong>da</strong>, que<br />

a prova processual penal terá supremacia sobre a prova <strong>do</strong> processo<br />

administrativo. 14<br />

Como não há subordinação legal 15 e não há subordinação lógica,<br />

a subordinação terá <strong>de</strong> ser política. Mas, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

subordinação <strong>de</strong>ve ser examina<strong>da</strong> com atenção ao pressuposto <strong>de</strong><br />

que o Processo Disciplinar, na maior parte <strong>do</strong>s casos, é um tribunal<br />

ético.<br />

O que atesta a vigência <strong>de</strong> um código ético é a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> executar-se a reprovação <strong>de</strong> condutas convencional ou<br />

estatutariamente in<strong>de</strong>seja<strong>da</strong>s no grupo social:<br />

(...) To<strong>da</strong> ética efetivamente "vigente"- no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> Sociologia<br />

- costuma estar garanti<strong>da</strong>, em consi<strong>de</strong>rável grau, pela probabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> reprovação, no caso <strong>da</strong> transgressão, isto é, <strong>de</strong><br />

maneira convencional. Por outro la<strong>do</strong>, nem to<strong>da</strong>s as or<strong>de</strong>ns<br />

convencional ou juridicamente garanti<strong>da</strong>s preten<strong>de</strong>m para si<br />

(ou pelo menos não necessariamente) o caráter <strong>de</strong> normas éticas.<br />

As segun<strong>da</strong>s, que muitas vezes têm caráter puramente<br />

racional referente a fins, geralmente o fazem ain<strong>da</strong> muito<br />

menos <strong>do</strong> que as primeiras. O problema <strong>de</strong> se uma representação<br />

<strong>de</strong> vigência normativa difundi<strong>da</strong> entre muitas pessoas<br />

14 A ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, em geral, é a conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> noção i<strong>de</strong>ológica com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>; a crença na percepção <strong>de</strong>sta<br />

conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> é a certeza. Ela é, portanto, um esta<strong>do</strong> subjetivo <strong>da</strong> alma, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> não correspon<strong>de</strong>r à ver<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

objetiva. Certeza e ver<strong>da</strong><strong>de</strong> nem sempre coinci<strong>de</strong>m: por vezes tem-se a certeza <strong>do</strong> que objetivamente é falso, por<br />

vezes, duvi<strong>da</strong>-se <strong>do</strong> que objetivamente é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro. E, a mesma ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que aparece certa a uns, a outros parece<br />

duvi<strong>do</strong>sa, e, por vezes, até mesmo falsa a outros. MALATESTA, Nicola Framariano <strong>de</strong>i. A lógica <strong>da</strong>s provas em<br />

matéria criminal. Trad. Paolo Capitano. Campinas: Bookseler, 1996, p. 21).<br />

15 In<strong>de</strong>pendência <strong>da</strong>s Instâncias Administrativa e Penal. A rejeição <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia por insuficiência <strong>de</strong> provas não<br />

impe<strong>de</strong> a responsabilização pelos mesmos fatos em instância administrativa, uma vez que as instâncias penal e<br />

administrativa são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Com esse entendimento, o <strong>Tribunal</strong> in<strong>de</strong>feriu man<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança impetra<strong>do</strong><br />

por ex-prefeito, que teve rejeita<strong>da</strong> a <strong>de</strong>núncia contra ele apresenta<strong>da</strong> por crime <strong>de</strong> peculato, em que pretendia o<br />

arquivamento <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> contas especial <strong>do</strong> TCU sobre os mesmos fatos. Prece<strong>de</strong>nte cita<strong>do</strong>: MS 21.708-DF (DJU<br />

<strong>de</strong> 18.5.2001) MS 23.625-DF, rel. Min. Maurício Corrêa, 8.11.2001. (MS-23625-STF). No mesmo senti<strong>do</strong>: Administrativo.<br />

Man<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> Segurança. Policial militar. Processo disciplinar. Instauração. Juízo administrativo. Desvinculação. A<br />

instância administrativa não está vincula<strong>da</strong> ao Juízo Criminal, o que somente ocorre nas hipóteses em que a absolvição<br />

criminal reconhecer a inexistência <strong>do</strong> fato ou negar a autoria <strong>do</strong> crime, não haven<strong>do</strong> quebra <strong>do</strong> princípio <strong>de</strong><br />

inocência na formação <strong>de</strong> Juízo Administrativo em face <strong>do</strong> envolvimento <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r em crime atentatório à digni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

funcional(...). ROMS 9472/PB; Rel. Min. Vicente Leal, 16.5.2000. 6ª Turma STJ.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />

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