10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
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e imprecisa. (PEREIRA, Caio Mário <strong>da</strong> Silva. Instituições <strong>de</strong> Direito<br />
Civil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense, 2004, p. 629).<br />
E, num círculo vicioso, essas normas provocam a elaboração<br />
<strong>de</strong> novos estu<strong>do</strong>s, que, tratan<strong>do</strong> e valen<strong>do</strong>-se <strong>da</strong>s expressões e disposições<br />
específicas <strong>da</strong>s regras por eles analisa<strong>da</strong>s, ao invés <strong>de</strong> corrigir,<br />
acentuam a distância entre as diferentes abor<strong>da</strong>gens <strong>de</strong><br />
invali<strong>da</strong><strong>de</strong>s leva<strong>da</strong>s a efeito.<br />
Entretanto, e até pelo acima exposto, uma dúvi<strong>da</strong> se coloca<br />
ao estudioso <strong>do</strong> Direito Priva<strong>do</strong> no Brasil: a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejável, é<br />
possível, ain<strong>da</strong> hoje, se falar em uma teoria <strong>da</strong>s invali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s negócios<br />
jurídicos no Direito Priva<strong>do</strong> brasileiro?<br />
Os privatistas, em geral 2 , <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que sim - ain<strong>da</strong> que parte<br />
<strong>de</strong>les apresente suas ressalvas 3 . Nesse senti<strong>do</strong>, alguns elaboram teorias<br />
mais complexas, com comparações a partir <strong>de</strong> vários critérios<br />
<strong>de</strong> distinção - os interesses protegi<strong>do</strong>s, por exemplo, ou a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
para sua argüição, passan<strong>do</strong> pelos efeitos e eficácia <strong>do</strong> reconhecimento.<br />
Outros, mais precisos talvez, elaboram distinções a partir<br />
<strong>de</strong> apenas um ou <strong>do</strong>is critérios.<br />
Uma breve reunião <strong>de</strong>ssas teorias 4 , sintetizan<strong>do</strong> os diferentes aspectos<br />
por elas propostos no que será chama<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong><br />
"teoria geral clássica <strong>da</strong>s invali<strong>da</strong><strong>de</strong>s", é o objeto <strong>do</strong> próximo tópico.<br />
3. TEORIA GERAL CLÁSSICA DAS INVALIDADES<br />
Os <strong>do</strong>utrina<strong>do</strong>res fixam, inicialmente, o que seriam duas espécies<br />
<strong>de</strong> invali<strong>da</strong><strong>de</strong>s: as nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s (em senti<strong>do</strong> específico) e as<br />
anulabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s 5 . E, a partir <strong>de</strong>sse ponto, estabelecem distinções entre<br />
ambas, <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong>s seguintes critérios:<br />
2 Ob. cit.<br />
3 Como é o caso <strong>de</strong> Amaral que, inicialmente, argumenta no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> concluir pela impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (AMARAL,<br />
Francisco. Direito Civil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Renovar, 2006, p. 5<strong>10</strong>-511), mas, em momento posterior, como se verá<br />
adiante, apresenta sua proposta <strong>de</strong> teoria geral.<br />
4 Cumpre <strong>de</strong>stacar que somente foram analisa<strong>da</strong>s teorias elabora<strong>da</strong>s à luz <strong>do</strong> Código Civil <strong>de</strong> 2002 e <strong>da</strong> legislação<br />
anterior por este não revoga<strong>da</strong>, uma vez que o referi<strong>do</strong> diploma normativo trouxe mu<strong>da</strong>nças no tratamento normativo<br />
<strong>da</strong>s invali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
5 Textos mais antigos fazem referência, ain<strong>da</strong>, às "nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pleno direito", que representariam <strong>de</strong>feitos tão graves<br />
que sequer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>riam <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração judicial para serem invali<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Contu<strong>do</strong>, essa categoria não encontra<br />
lugar no Direito Mo<strong>de</strong>rno, ao menos não no plano <strong>da</strong> vali<strong>da</strong><strong>de</strong>, como bem observa o conheci<strong>do</strong> texto <strong>do</strong> professor<br />
Valle Ferreira (FERREIRA, José G. <strong>do</strong> Valle. “Subsídios para o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s nuli<strong>da</strong><strong>de</strong>s”. <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Direito <strong>da</strong> UFMG, ano XIV, nº 3, 1963).<br />
<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />
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