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10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> falar, empregan<strong>do</strong> a linguagem coloquial em circunstâncias<br />

ain<strong>da</strong> não receptivas <strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tu<strong>do</strong> estruturalmente<br />

correto, mas lingüisticamente ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

Durante uma <strong>da</strong>s últimas audiências que presidi como juiz <strong>de</strong><br />

primeiro grau, após exaustivas tentativas <strong>de</strong> estimular o acor<strong>do</strong>, renitentes<br />

as partes quanto aos seus pontos <strong>de</strong> vista, uma jovem advoga<strong>da</strong>,<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se levar pela espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> espírito, automática<br />

e incisivamente, <strong>de</strong>sistin<strong>do</strong> <strong>da</strong> conciliação, "requereu",<br />

impositivamente: Excelência, "man<strong>da</strong> ver!" O "requerimento", prontamente<br />

entendi<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong>sistência quanto a transigir,<br />

para pôr fim ao processo, figurou na assenta<strong>da</strong> ipsis litteris, não<br />

sem alguma surpresa por parte <strong>da</strong> profissional, que esperava a tradução<br />

para um simples "Excelência, requeiro seja proferi<strong>da</strong> a <strong>de</strong>cisão" ,<br />

sem saber que, naquele instante o episódio era recolhi<strong>do</strong> para uma<br />

ocasião científica futura, como efetivamente veio a ocorrer.<br />

Em dias atuais, an<strong>da</strong> em voga, substituin<strong>do</strong> <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong><br />

aprovação, quanto a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> comportamento ou atitu<strong>de</strong>, em<br />

lugar <strong>do</strong> comum "muito bem" ou mesmo <strong>do</strong> anacrônico "bravo" <strong>de</strong><br />

origem italiana, reserva<strong>do</strong> a ambientes operísticos, o enfático "man<strong>do</strong>u<br />

bem", sobre o qual, por enquanto, embora já anteven<strong>do</strong> sua permanência,<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong> o fato <strong>de</strong> já estar sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> em faixas diversas <strong>da</strong><br />

escala social, prefiro não me esten<strong>de</strong>r em comentos, até porque,<br />

como já revela<strong>do</strong>, pai <strong>de</strong> a<strong>do</strong>lescente, ao relatar esta vivência à<br />

mesma filha mais nova, esta, em lugar <strong>de</strong> se referir ao fato, à ocorrência,<br />

à experiência... vá lá, "à tal coisa", em crítica acerba sobre<br />

minha intolerância com a mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>, limitou-se a, com um ar <strong>de</strong><br />

enfa<strong>do</strong>, confirman<strong>do</strong> meu anacronismo irrreversível, <strong>de</strong>stinar-me um<br />

"você ain<strong>da</strong> fica bola<strong>do</strong> com essa paradinha, pai?" (??!!!)<br />

Não sei (há muito não-sei neste opúsculo) se em algum momento<br />

<strong>de</strong>sta exposição, como já adverti<strong>do</strong>, originalmente realiza<strong>da</strong><br />

em palestra na EMARF, terei ressalta<strong>do</strong> - se o fiz ain<strong>da</strong> em reiterações,<br />

encareço me seja concedi<strong>da</strong> con<strong>de</strong>scendência, visto que o<br />

discurso diante <strong>de</strong> platéia, ain<strong>da</strong> mais <strong>da</strong> categoria <strong>da</strong> que se encontrava<br />

naquela Escola, irmã <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, permitia e até exigiria o retorno<br />

a pontos já traça<strong>do</strong>s, para, repisan<strong>do</strong>-os, torná-los mais claros -<br />

que estes relatos configuram etapas indispensáveis para conjugar o<br />

exercício profissional <strong>do</strong> juiz à recepção <strong>de</strong> notícias, <strong>da</strong><strong>do</strong>s, revela-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />

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