10 Anos da Revista EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
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dual <strong>de</strong> obrigação <strong>de</strong> não fazer (abster-se <strong>de</strong> poluir) e reparação <strong>de</strong><br />
<strong>da</strong>nos ao meio ambiente em face <strong>de</strong> empresa que estivesse poluin<strong>do</strong><br />
o rio que margeia sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
A violação ao meio ambiente ecologicamente equilibra<strong>do</strong> é,<br />
sem sobra <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>, uma ofensa que merece tratamento unitário,<br />
razão pela qual se cui<strong>da</strong> <strong>de</strong> hipótese <strong>de</strong> interesse/direito essencialmente<br />
coletivo, na espécie difuso. A <strong>do</strong>utrina diverge sobre o tema e<br />
as respostas a estas in<strong>da</strong>gações encontram soluções distintas.<br />
Kazuo Watanabe 21 , discorren<strong>do</strong> sobre a legitimação <strong>do</strong> indivíduo<br />
para ação coletiva, sustenta:<br />
Pelas regras que disciplinam as obrigações indivisíveis, seria<br />
admissível, em linha <strong>de</strong> princípio, a legitimação concorrente<br />
<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os indivíduos para <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s interesses difusos ou<br />
coletivos <strong>de</strong> natureza indivisível. Mas pon<strong>de</strong>rações várias,<br />
como as pertinentes ao conteú<strong>do</strong> político <strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s, à<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pressões quanto à propositura e prosseguimento<br />
<strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, à produção <strong>de</strong> prova a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e ao prosseguimento<br />
<strong>de</strong>stemi<strong>do</strong> nas instâncias superiores, e à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
enfim, <strong>de</strong> um fortalecimento <strong>do</strong> autor <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> coletiva,<br />
fizeram com que se excluísse a legitimação individual para a<br />
tutela coletiva <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res a título coletivo.<br />
A posição <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> autor parece indicar que não admite a<br />
<strong>de</strong>fesa individual <strong>de</strong> situação plurissubjetiva <strong>de</strong> dimensão coletiva e<br />
<strong>de</strong> natureza unitária, sem qualquer ressalva na hipótese <strong>do</strong> titular <strong>de</strong><br />
direito viola<strong>do</strong> sofrer diretamente a ofensa. As respostas às duas perguntas<br />
restariam negativas.<br />
Esta posição expressa incompreensão sobre a dinâmica <strong>da</strong>s<br />
situações plurissubjetivas unitárias.<br />
Se o proprietário ribeirinho teve <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> direto (e não<br />
reflexamente) viola<strong>do</strong> direito <strong>de</strong> usar e gozar plena e qualitativamente<br />
<strong>de</strong> sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> em razão <strong>de</strong> conduta ilícita <strong>de</strong> vizinho <strong>de</strong><br />
21 WATANABE, Kazuo. Código <strong>de</strong> Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r comenta<strong>do</strong> pelos autores <strong>do</strong> anteprojeto. Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro: Forense Universitária, 2004, p. 815.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>EMERJ</strong>, v. 11, nº 41, 2008<br />
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