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Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

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quantidade infinita; primeiramente metade daquele espaço, depois a quarta parte,<br />

depois a oitava, a décima sexta e assim ao infinito. Se ele de fato alcança a<br />

tartaruga, este é um fenômeno ilógico, em todo o caso, não é nem uma verdade,<br />

nem uma realidade, nem um ser verdadeiro, mas apenas uma ilusão. Pois nunca<br />

é possível terminar o infinito. Uma outra forma popular de expressão desta<br />

teoria é a da flecha que está em movimento e entretanto em repouso. Em cada<br />

momento de seu vôo ela ocupa um lugar, neste lugar ela repousa. Seria a soma<br />

dos infinitos lugares de repouso idêntica ao movimento?<br />

Seria o repouso, repetido infinitamente, o movimento, logo, seu próprio<br />

oposto? Aqui, o infinito é utilizado como o solvente da efetividade; junto a ele,<br />

ela se desfaz. Todavia, se os conceitos são rígidos, eternos e existentes — e ser e<br />

pensar coincidem para Parmênides —, se, portanto, o infinito nunca pode estar<br />

acabado, se o repouso nunca pode tornar-se movimento, então em verdade a<br />

flecha não voou; ela não saiu de seu lugar e de seu repouso, não fluiu nenhum<br />

momento temporal. Ou, expresso de outra maneira: não existe nesta chamada<br />

efetividade, nesta efetividade apenas suposta, nem tempo nem espaço ou<br />

movimento. Finalmente a própria flecha é apenas uma ilusão: pois ela descende<br />

da multiplicidade, da fantasmagoria do não-uno produzida pelos sentidos.<br />

Supondo que a flecha tivesse um ser, então ele seria imóvel, intemporal, rígido,<br />

eterno e estaria fora de vir-a-ser — uma representação impossível! Supondo que<br />

o movimento fosse realmente verdadeiro, então não haveria repouso, logo não<br />

haveria nenhum lugar para a flecha, nenhum espaço — uma representação<br />

impossível! Supondo que o tempo fosse real, então ele não poderia ser<br />

infinitamente divisível; o tempo de que a flecha necessita consistiria em um<br />

número limitado de momentos temporais, cada um destes momentos precisaria<br />

ser um átomo — uma representação impossível! Todas as nossas representações,<br />

enquanto seu conteúdo empiricamente dado, seu conteúdo extraído deste mundo<br />

intuitivo é suposto como ventas aeterna, conduzem-nos à contradição. Se existe<br />

o movimento absoluto, então não existe nenhum espaço; se existe o espaço

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