17.04.2013 Views

Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

e de tudo o melhor para todos" — a idéia livre, sendo, em si e para si, o absoluto<br />

fim último. "Por nada eu teria abandonado esta esperança e tomei entusiasmado<br />

estes escritos; li-os o mais depressa possível, para, com a maior rapidez, chegar<br />

a conhecer o bem e o mal. Esta bela esperança, no entanto, muito cedo me<br />

deixou, quando vi que o homem nem usa o pensamento (Nous) nem quaisquer<br />

outras razões para formar (diakosmein) as coisas, recorrendo, em vez disso, ao<br />

ar, ao fogo, à água e a muitas outras coisas absurdas." Vemos aqui como se opõe<br />

ao melhor, ao que é segundo o entendimento, aquilo que chamamos de causas<br />

naturais, como em Leibniz as causae efficientes e finales. Isto explica ainda<br />

Sócrates, na prisão, uma hora antes de sua morte, da seguinte maneira: "A mim<br />

parecia que ele procedia da mesma maneira como se alguém dissesse que<br />

Sócrates faz tudo o que faz com inteligência e se então procurasse indicar os<br />

motivos de tudo o que faço, dissesse primeiro que aqui estou sentado porque<br />

meu corpo se constitui de ossos e tendões, que os ossos são sólidos e que estão<br />

articulados (diaphyás), e que os tendões são capazes de se estender e contrair,<br />

que os músculos circundam os ossos com a carne, e a pele envolve tudo; e se<br />

ainda recorresse, para explicar as causas de nosso diálogo, a causas como os<br />

sons e o ar e o ouvido e mil outras coisas, mas esquecesse de apontar a<br />

verdadeira causa (a livre determinação para si a que se subordina o puramente<br />

exterior e mecânico), a saber, que, pelo fato de os atenienses considerarem<br />

melhor condenar-me, também eu considerar como melhor e mais justo ficar aqui<br />

sentado e suportar a pena que eles decidiriam" (devemos lembrar que um de<br />

seus amigos tudo preparara para a fuga de Sócrates, mas que este descartara<br />

isto), "pois há quanto tempo então já meus ossos e tendões estariam em Mégara<br />

ou na Beócia, levados pela opinião do melhor, se eu não considerasse por mais<br />

justo e melhor submeter-me ao castigo que o Estado me impõe, em vez de fugir<br />

e ir-me embora". Platão contrapõe, aqui, de maneira acertada, os dois tipos de<br />

razão e causa: a causa resultante de fins e a causa exterior (explicação química,<br />

mecanicismo etc.), para descobrir a falsidade que aqui se põe, no exemplo de um

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!