17.04.2013 Views

Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Isto é então a dialética de Zenão. Ele captou as determinações que contém<br />

nossa representação do espaço e tempo; ele as tinha em sua consciência e nelas<br />

mostra o aspecto contraditório. As antinomias de Kant nada mais são do que<br />

aquilo que Zenão aqui já fizera.<br />

O elemento universal da dialética, a proposição universal da escola<br />

eleática foi, portanto: "O verdadeiro é apenas o um, todo o resto é não-<br />

verdadeiro"; como a filosofia kantiana chegou ao resultado: "Conhecemos<br />

apenas fenômenos". No todo é o mesmo princípio: "O conteúdo da consciência é<br />

apenas um fenômeno, nada verdadeiro"; mas nisto também reside uma<br />

diferença. Pois Zenão e os Eleatas afirmaram sua proposição com a seguinte<br />

significação: "O mundo sensível é em si mesmo apenas mundo fenomenal, com<br />

suas formas infinitamente diversas — este lado não possui verdade em si<br />

mesmo". Não é, porém, isto que pensa Kant. Ele afirma: Voltando-se para o<br />

mundo, quando o pensamento se dirige para o mundo exterior (para o<br />

pensamento também o mundo dado no interior é algo exterior), voltando-se para<br />

ele, fazemos dele um fenômeno; é a atividade de nosso pensamento que atribui<br />

ao exterior tantas determinações: o sensível, determinações de reflexão etc. Só<br />

nosso conhecimento é fenômeno, o mundo é em si absolutamente verdadeiro; só<br />

nossa aplicação, nosso acréscimo o arruína para nós; o que acrescentamos, nada<br />

vale. O mundo torna-se não-verdadeiro pelo fato de lhe jogarmos em cima uma<br />

massa de determinações. Isto é então a grande diferença. Este conteúdo também<br />

é nulo em Zenão; mas, em Kant, porque é obra nossa. Em Kant é o elemento<br />

espiritual que arruína o mundo; segundo Zenão, é o mundo, o que aparece em si<br />

que é não-verdadeiro. Segundo Kant, é nosso pensar, a atividade de nosso<br />

espírito o elemento mau — é uma enorme humildade do espírito não ter<br />

confiança no conhecimento. Na Bíblia diz Cristo: "Pois não sois melhores que<br />

os pardais?" Nós o somos enquanto pensamos — enquanto seres sensíveis, tão<br />

bons ou tão maus como os pardais. O sentido da dialética de Zenão possui maior

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!