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Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

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Filósofos, já se refere à fabulosa antigüidade da filosofia entre persas e egípcios.<br />

Foi, porém, entre os neoplatônicos, os neopitagóricos, com Filo, o Judeu, e com<br />

os primeiros escritores cristãos que surgiu, mais definida, a tese da filiação do<br />

pensamento grego ao oriental. Em nome de afirmações nacionais ou<br />

doutrinárias, passou-se a atribuir ao Oriente a condição de fonte originária da<br />

tradição filosófica, que os gregos teriam apenas continuado e expandido.<br />

Ainda no século XIX os historiadores se dividem a respeito do começo<br />

histórico da filosofia e da ciência teórica. Ao orientalismo de Roth e de Gladisch<br />

opõe-se, por exemplo, o ocidentalismo de Zeller ou de Theodor Hopfener. As<br />

disputas continuariam indefinidamente em termos da relação "empréstimo" ou<br />

"herança" entre Oriente e Grécia, examinada freqüentemente com bases apenas<br />

conjeturais, se dois fatores não viessem, a partir do final do século XIX, deslocar<br />

o eixo da questão: a expansão das pesquisas arqueológicas e o interesse pela<br />

natureza da chamada mentalidade primitiva ou arcaica.<br />

A arqueologia veio substituir muitas das elucubrações por indicações bem<br />

mais seguras e convincentes, demolindo preconceitos e, às vezes, propondo<br />

hipóteses novas de trabalho. O interesse pela mentalidade arcaica veio, por sua<br />

vez, mostrar que o principal aspecto da questão da origem histórica da filosofia<br />

reside na compreensão de como se processa a passagem entre a mentalidade<br />

mito-poética ("fazedora de mitos") e a mentalidade teorizante.<br />

Embora a questão do início histórico da filosofia e da ciência teórica ainda<br />

contenha pontos controversos e continue um "problema aberto" — na<br />

dependência inclusive de novas descobertas arqueológicas —> a grande maioria<br />

dos historiadores tende hoje a admitir que somente com os gregos começa a<br />

audácia e a aventura expressas numa teoria. Às conquistas esparsas e<br />

assistemáticas da ciência empírica e pragmática dos orientais, os gregos do<br />

século VI a.C. contrapõem a busca de uma unidade de compreensão racional,<br />

que organiza, integra e dinamiza os conhecimentos. Essa mentalidade, porém,<br />

resulta de longo processo de racionalização da cultura, acelerado a partir da

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