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Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

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que todo o resto não tem realidade efetiva nem ser como tal, apenas aparência.<br />

Devemos, ao pensar isto, esquecer nossas representações; sabemos de Deus<br />

como espírito. Mas os gregos tinham apenas o mundo sensível diante de si, estes<br />

deuses na fantasia; assim que não tinham, no mundo sensível, nada mais alto<br />

ante si, estavam aí isolados. E, já que nisto não encontram satisfação, jogam<br />

tudo isto fora como algo não verdadeiro, chegando assim ao pensamento puro.<br />

Isto representa um progresso espantoso; e o pensamento está assim, na Escola<br />

Eleática propriamente e pela primeira vez, manifestado livre para si. Assim<br />

como isto é o primeiro, também é o último a que o entendimento retorna —<br />

como o demonstra a modernidade, em que Deus é apenas concebido como o ser<br />

mais alto, como identidade abstrata. Se dizemos de Deus que este ser supremo<br />

está fora de nós, sobre nós, que nada podemos conhecer dele, a não ser que ele é,<br />

isto é, o privado de determinação. Soubéssemos nós de uma determinação, isto<br />

seria um conhecimento; assim, porém, devemos deixar desaparecer todas as<br />

determinações. Então, o verdadeiro somente é que Deus é o um — não no<br />

sentido de que haja um Deus (isto é, uma outra determinação), mas de que ele é<br />

apenas este igual a si mesmo; nisto, pois, não está contida outra determinação<br />

que na afirmação da Escola Eleática. A reflexão moderna percorreu, sem dúvida,<br />

um caminho mais longo, não só através de representações filosóficas e<br />

predicados de Deus — até esta abstração que a tudo destrói; mas o conteúdo, o<br />

resultado é o mesmo.<br />

A isto se vincula, da maneira mais precisa, o raciocínio dos eleatas. Pois<br />

foram eles que demonstraram mais detidamente que nada surge e nada<br />

desaparece. (Esta explicação pertence precipuamente a Zenão.) Que a mudança<br />

não é ou se contradiz mostraram-no de um modo que é atribuído a Xenófanes.<br />

Este raciocínio encontra-se em Aristóteles, 17 em suas obras cheias de lacunas e<br />

em algumas passagens cheias de corruptelas, obras que tratam de Xenófanes,<br />

Zenão e Górgias. Como, porém, falta o começo em que se diga de quem é o<br />

17 Sobre Xenófanes, ZenSo e Górgias, cap. 1.

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