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Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

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verdade, mas sim a inverdade daquela separação entre mundo dos sentidos e<br />

mundo dos conceitos e daquela identidade entre ser e pensar.<br />

Primeiramente, se é real o pensamento da razão por conceitos, então a<br />

multiplicidade e o movimento também precisam ter realidade, pois o<br />

pensamento racional é móvel, é em verdade um movimento entre conceitos,<br />

logo entre uma quantidade de realidades. Contra isso não existe nenhum<br />

subterfúgio, é completamente impossível qualificar o pensamento como um<br />

rígido permanecer, como um eterno e imóvel pensar-se-a-si-mesmo da unidade.<br />

Em segundo lugar, se dos sentidos vem apenas engano e aparência, e se<br />

em verdade existe apenas a identidade real entre ser e pensamento, então o que<br />

são os próprios sentidos? De qualquer modo, eles certamente também são<br />

apenas aparência, pois não coincidem com o pensamento e o seu produto, o<br />

mundo dos sentidos, não coincide com o ser. Mas se os próprios sentidos são<br />

aparência, para quem eles o são? Como eles podem, como irreais, ainda iludir?<br />

O não-ser pode enganar. O problema de onde procede a ilusão e a aparência<br />

permanece um enigma, mesmo uma contradição. Nós chamamos estes<br />

argumentos ad hominem: a objeção da razão móvel e a objeção da origem da<br />

aparência. Do primeiro seguiria a realidade do movimento e da multiplicidade;<br />

do segundo, a impossibilidade da aparência parmenídica, supondo que a teoria<br />

fundamental de Parmênides, a teoria sobre o ser, seja admitida como fundada.<br />

Esta teoria fundamental diz apenas que somente o ser tem um ser e que o não-<br />

ser não é. Mas, se o movimento é um tal ser, então vale para ele o que vale para<br />

o ser em geral e em todos os casos: ele está fora do vir-a-ser, é eterno,<br />

indestrutível, não é suscetível de aumento nem de diminuição. Se a aparência<br />

deste mundo é negada com o auxílio daquela pergunta pela origem da aparência,<br />

fica ao abrigo da condenação de Parmênides o palco do chamado vir-a-ser, a<br />

mutação, nossa existência incansavelmente multiforme, colorida e rica; então é<br />

necessário caracterizar simultaneamente este mundo da alternância e da mutação<br />

como uma soma de tais seres verdadeiros, essencialidades existentes em toda a

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