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Os Pré-socraticos - Coleção Os Pensadores(pdf)(rev) - Charlezine

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ajuda demonstrar meu sistema ou minha proposição e então concluir: portanto, o<br />

sistema que se opõe está errado; para esta proposição aquela sempre parecerá<br />

algo de estranho, algo exterior. O falso não deve ser apresentado como falso<br />

porque o oposto é verdadeiro, mas em si mesmo.<br />

Esta convicção racional vemos despertar em Zenão. No Parmênides de<br />

Platão (127-128), esta dialética é muito bem descrita. Platão fá-lo falar assim<br />

sobre isto: faz Sócrates dizer que Zenão afirma em seu escrito o mesmo que<br />

Parmênides, isto é, que tudo é um; mas que nos procura enganar com uma<br />

expressão, procurando dar a impressão de que está dizendo algo de novo.<br />

Sócrates diz que Parmênides afirma em seu poema que tudo é um: Zenão, pelo<br />

contrário, que o múltiplo não é. Zenão responde que esc<strong>rev</strong>eu isto, antes contra<br />

aqueles que procuram tornar ridícula (komodein) a proposição de Parmênides,<br />

quando mostram quantas coisas ridículas e que contradições contra si mesmos<br />

resultam de suas afirmações. Diz que combateu aqueles que afirmam o ser do<br />

múltiplo, para demonstrar que disto resultariam muito mais coisas discordantes<br />

que da proposição de Parmênides.<br />

Isto é a determinação mais exata da dialética objetiva. Nesta dialética não<br />

vemos afirmar-se o pensamento simples para si mesmo, mas, fortalecido, levar a<br />

guerra para território inimigo. Este lado possui a dialética na consciência de<br />

Zenão; mas ela deve ser considerada também de seu lado positivo. Conforme a<br />

representação corrente da ciência, em que proposições são resultado da<br />

demonstração, é a demonstração o movimento da convicção, ligação através da<br />

mediação. A dialética como tal é a) dialética exterior, este movimento distinto<br />

do compreender deste movimento; b) não é um movimento apenas de nossa<br />

intuição, mas a partir da coisa mesma, isto é, demonstrada para o puro conceito<br />

do conteúdo. Aquela dialética é uma mania de contemplar objetos, de neles<br />

apontar razões e aspectos, através dos quais se torna vacilante o que em geral<br />

vale como firme. Podem ser então razões bem exteriores; desta dialética<br />

falaremos mais em nossa análise dos sofistas. A outra dialética, porém, é a

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