19.04.2013 Views

Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 103<br />

fazer-ser; a organização da comunidade numa perspectiva<br />

cooperativa e não competitiva, respeitosa e valorizadora da<br />

diversidade étnica, racial, de gênero, geracional e cultural, que<br />

procura desconstruir as categorias excludentes étnicas e raciais;<br />

28 o incentivo e a difusão de experiências e vivências que<br />

valorizem os “ciclos de vida” da infância, da pré-adolescência,<br />

da adolescência, de todas as idades, para o exercício dos<br />

direitos de cidadania e do usufruto dos direitos constitucionalmente<br />

previstos;<br />

os processos educacionais, culturais e ambientais que visem à<br />

formação humana com base nas diferentes e multidimensionais<br />

manifestações do conhecimento, dos saberes e das aprendizagens<br />

das pessoas.<br />

Outra característica da Educação Integral é a valorização das redes<br />

de aprendizagens, dos múltiplos espaços em que a educação acontece,<br />

o que viabiliza a abertura da escola à sua comunidade, ao seu<br />

bairro, à sua cidade, às experiências de outras cidades, estados, países,<br />

continentes, mundo todo.<br />

Quando pensamos, por exemplo, na cidade ou na educação da<br />

cidade, podemos recuperar o que nos ensina Henri Lefebvre (Lefebvre,<br />

1969), quando este defende a necessidade de resgatarmos o próprio<br />

conceito de cidade e o “direito à cidade”. Não basta que as pessoas<br />

ocupem um espaço na cidade — e, diríamos, no mundo — em que<br />

vivem. É necessário que reconheçam o direito a um tempo na cidade,<br />

que não é aquele tempo veloz da mercadoria ou do capital.<br />

Segundo Lefebvre, o direito à cidade significa resgatá-la como<br />

espaço de direito a espaços-tempos, ao uso também improdutivo dela<br />

e de seu reconhecimento como lugar de encontro, de uso da rua, da<br />

valorização das festas e da apropriação dos seus espaços por todas as<br />

pessoas, pois a cidade, como direito, a todos pertence. Podemos ampliar<br />

esse entendimento e elevá-lo a uma dimensão planetária, pois o<br />

28. Ver, a esse respeito, o artigo de Jacques Gauthier, intitulado “Negro, índio, branco...<br />

Crítica da razão excludente: uma vivência sociopoética. (Gauthier, in Gauthier, Fleuri & Grando:<br />

2001: 56-69).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!