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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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128 PAULO ROBERTO PADILHA<br />

res em educação, lidaríamos com pessoas e, com isso, teríamos a possibilidade,<br />

mais do que em qualquer outra profissão, de contribuir<br />

com o fortalecimento da própria sociedade em que vivemos?<br />

A atividade docente é uma profissão que exige rigor e esperança,<br />

cuja alegria resulta, justamente, da busca intencional do sujeito<br />

dessa própria alegria. Para <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>, que formado em Direito se<br />

tornou educador, “o desrespeito à educação, aos educandos, aos educadores<br />

e às educadoras corrói ou deteriora em nós, de um lado, a<br />

sensibilidade ou a abertura ao bem querer da própria prática educativa;<br />

de outro, a alegria necessária ao que-fazer docente”. (<strong>Freire</strong>, 1997:<br />

160-161)<br />

Segundo Maturana e Rezepka, “a negação é destrutiva, fecha a<br />

inteligência na autodepreciação e a centra na agressão. A aceitação é<br />

construtiva, amplia a inteligência no auto-respeito e a centra na colaboração”<br />

(idem). Trata-se, por exemplo, de trabalharmos, entre outras<br />

possibilidades, na perspectiva da “biologia do amor” que, segundo<br />

Maturana, faz com que tenhamos olhares de aceitação do outro na<br />

relação de alteridade que mantemos com as pessoas nos processos de<br />

formação humana permanente, ou seja, durante toda a vida.<br />

Aceitar o outro, no sentido da formação humana dos trabalhadores<br />

em educação, significa buscar, com eles, o sentido dessa formação,<br />

incentivando a reflexão crítica sobre as práticas de todos os<br />

sujeitos envolvidos nesse processo, sobre a relação que estabelecem<br />

com o mundo em que vivem, sobre o que têm feito e poderiam fazer<br />

para viabilizar e concretizar, em dimensão planetária e local, a proposta<br />

de “um outro mundo possível”, de “uma outra educação possível”<br />

e, por conseguinte, de um Mundo Educador que educa em todos<br />

os cantos.<br />

<strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> também escreveu que “na formação permanente<br />

dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre<br />

a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que<br />

se pode melhorar a próxima prática” (<strong>Freire</strong>, 1997: 43-44). Esse processo<br />

implica uma ação coletiva permanente, não “aligeirada”. Mas<br />

como fazer isso? Uma das possibilidades pode ser, para começar, evitarmos<br />

procedimentos e processos educacionais apressados.

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