Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 235<br />
no sentido das várias dimensões da formação e da multirreferencialidade<br />
humana — contribuiu para processos educacionais aprisionadores<br />
em relação a outras formas de conhecimentos, que não científicos.<br />
Até por isso, explica-se o uso do termo “grade curricular”, como<br />
já questionamos anteriormente.<br />
Como vemos, a Educação Intertranscultural, para um Mundo<br />
Educador, é fator primordial para viabilizarmos o que hoje chamamos<br />
de educação integral, que também não se refere apenas a determinados<br />
espaços ou tempos de aprendizagem, como se a educação<br />
tivesse que acontecer apenas dentro dos calendários fixos, seriados<br />
ou ciclados, mas que favorece a mobilidade, a ampliação dos espaços<br />
da comunidade que já são potencialmente educacionais, mas que,<br />
muitas vezes, são ou estão ociosos. Trata-se de abrir a mente e o coração<br />
para as diferentes possibilidades de ensino e de aprendizagem<br />
que formos capazes de realizar, como sujeitos criativos, emocionais,<br />
sensíveis, criativos, políticos e culturais que somos, e de buscarmos<br />
articular saberes a partir de projetos integrados e integradores, de<br />
ações e parcerias intergeracionais, intersetoriais e interculturais.<br />
A Educação Integral depende, naturalmente, de um projeto coletivo<br />
bem elaborado, que saiba aproximar cuidadosamente estado e<br />
sociedade civil, interconectando o interesse de todas as pessoas e instituições<br />
para que se ofereça, na cidade, uma educação de qualidade<br />
sociocultural e socioambiental, unindo sonhos coletivos, projetos intersetoriais<br />
e intersecretariais. E isso depende de decisão, de iniciativa<br />
individual e coletiva, de arregaçar as mangas, de criticar, de aceitar<br />
críticas e de sempre acreditar que, pela nossa ação, o que fazemos<br />
na educação e na sociedade em que vivemos pode ser sempre<br />
melhor realizado.<br />
Valorizar cada sujeito desse processo também é fundamental,<br />
de forma que alunos e alunas, familiares, professores e professoras,<br />
coordenadores e diretores escolares, funcionários das unidades educacionais<br />
envolvidas e das instâncias governamentais participantes<br />
— além de toda a organização da sociedade civil — movimentos<br />
sociais, igrejas, sindicatos, clubes, bibliotecas, teatros etc. saibam exatamente<br />
o que está para acontecer na educação da cidade. Por isso, a