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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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124 PAULO ROBERTO PADILHA<br />

abracemos as outras pessoas como quem aprende a abraçar e a reconhecer<br />

os seus semelhantes e os seus diferentes.<br />

Quando, na paródia “Nova esperança”, refiro-me ao meu aluno<br />

ou à minha aluna como “um orgulho pra mim”, e digo “quero te ver<br />

desejos”, significa justamente que os sonhos dele ou dela alimentam<br />

o nosso próprio sonho. Nesse sentido, que possamos perceber mais e<br />

mais, a cada dia, o quanto as nossas e os nossos jovens têm para nos<br />

ensinar com os seus sonhos, com a vontade de viver que nos trazem<br />

a cada dia, com a coragem estampada, às vezes com a ingenuidade<br />

que já perdemos, mas sempre acreditando na nossa capacidade e força<br />

de ajudá-los em suas descobertas.<br />

Aprender com o aluno, do jeito que ele quer aprender e do jeito<br />

que também queremos, significa juntar desejos e apostar numa vida<br />

melhor para todos. Quando aposto na outra pessoa, estou, ao mesmo<br />

tempo, acreditando e investindo na minha possibilidade de ajudá-la<br />

e, com isso, refazendo a minha própria história, num outro tempo,<br />

que também é o meu tempo. Meu tempo não mais de aluno, mas de<br />

professor-aluno.<br />

Quando conseguimos que nossos alunos despertem para a bela<br />

aventura de conosco aprenderem algumas lições, deixamos neles,<br />

como escreveu Rubem Alves, as nossas próprias marcas e, com isso,<br />

nunca mais seremos esquecidos. Eternizamo-nos em nossos alunos e<br />

em nossas alunas. Aí está um dos maiores sentidos de sermos educadores<br />

e educadoras, profissionais do sentido, profissionais do cuidado.<br />

E isso vale também para qualquer outra profissão porque sempre<br />

estamos aprendendo e ensinando.<br />

Nesse processo, que jamais deixemos de lutar politicamente pelos<br />

direitos das crianças, dos adolescentes, dos jovens e pelos nossos<br />

direitos contra a inércia dos governos ou contra a falta de atenção<br />

com a educação, quando este for o caso.<br />

Relativamente aos trabalhadores em educação, precisamos de<br />

uma organização forte, de sindicatos dignos que, em vez de perpetuar<br />

algumas pessoas na sua direção e nos seus quadros de poder,<br />

como ainda acontece em muitos casos no nosso país, atualizem as<br />

suas agendas de trabalho, de reivindicações, organizando de fato a<br />

categoria profissional que representam.

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