Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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210 PAULO ROBERTO PADILHA<br />
res, saberes, anseios, expectativas, medos e esperanças, completando-se<br />
como coletivo cooperativo para melhorar o objeto do próprio<br />
trabalho educacional que realizam.<br />
Na escola, isto se faz, por exemplo, no início do ano letivo, quando<br />
a direção escolar se reúne com os docentes e com representantes<br />
de outros segmentos escolares, definem, redefinem e atualizam a Proposta<br />
Pedagógica (PP) da escola e, se já o possuem, resgatam o Projeto<br />
Eco-Político-Pedagógico da instituição para, no ano que começa,<br />
atualizar algumas de suas metas, observar acertos e também os problemas<br />
que aconteceram no ano anterior. Nesse sentido, observemos,<br />
que estamos avaliando, dialogicamente, tudo o que se passa na escola,<br />
o que não deve ser feito apenas no início do ano. E, no desenvolvimento<br />
do ano letivo, essa avaliação deve ser compartilhada com os<br />
demais segmentos escolares que, de forma ativa, serão inseridos no<br />
processo para oferecerem as suas contribuições. Há aí, como nos ensina<br />
<strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>, uma vigilância ética e estética na avaliação das práticas<br />
político-pedagógicas.<br />
Para a professora Célia Linhares15 em diversos de seus escritos,<br />
a avaliação dialógica se entrelaça com a avaliação formativa, “facultando<br />
experiências, incorporando outras dimensões educativas, contrastando<br />
a força dos instituídos à dos instituintes, com que o ‘mundo<br />
está sendo’, como um devir incessante”. 16<br />
Célia Linhares nos adverte, no entanto, para o fato de que precisamos<br />
dimensionar muito bem o foco ou as prioridades da nossa avaliação,<br />
definir muito bem as suas etapas, os seus processos. Se assim<br />
não fizermos, há o risco de “tentar abranger quase tudo e acabar a se<br />
dissolver pela precariedade dos focos, produzindo resultados de baixa<br />
credibilidade, simples intuições”. (Idem)<br />
15. A professora Célia Linhares, grande pesquisadora da obra de <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> e companheira<br />
de projetos no <strong>Instituto</strong> <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>, é titular de Política Educacional da UFF, pesquisadora<br />
do CNPq, coordenadora do Aleph: programa de pesquisa, aprendizagem-ensino e extensão<br />
em formação dos profissionais da educação. Autora de vários livros e artigos. Muitos de seus<br />
escritos podem ser encontrados na internet. Disponível em: (Acesso<br />
em: 30 abr. 2007). Ou então mediante simples entrada de seu nome na busca pela internet.<br />
16. Conforme texto produzido pela autora para um projeto desenvolvido junto ao <strong>Instituto</strong><br />
<strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> (dezembro de 2005, 17 páginas).