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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 123<br />

nossa utopia. Utopia de quem, em primeiro lugar, insiste em manter<br />

viva a própria utopia. Sim, porque até esta, para alguns homens e<br />

mulheres, já está superada e não existe.<br />

A utopia existe e é ela que nos ajuda a ter energia e confiança<br />

para a superação necessária que já estamos empreendendo na educação.<br />

Conforme palavras do professor Nilson José Machado, da Faculdade<br />

de Educação da USP, “a utopia é a alavanca dos sonhos”. Cultivar<br />

a utopia é, assim, uma forma de renovar os sonhos que, por sua<br />

vez, estimulam a concretização daquilo que, tempos atrás, parecia<br />

impossível. Perguntemo-nos, portanto, se o sonho coletivo, e tão antigo,<br />

de fazer da educação, da sociedade e do planeta em que vivemos<br />

algo com mais significado, com mais sentido e com mais esperança<br />

para uma vida feliz, mais justa e humanizada para todas as<br />

pessoas, é algo realmente possível ou impossível? Afinal, desejamos<br />

ou não um outro mundo possível e uma outra educação possível.<br />

Nada é simples de resolver. Mas um bom começo para alimentar<br />

esse sonho, quando estes esbarram nas resistências da vida cotidiana<br />

e nas burocracias de toda ordem que surgem na escola e na<br />

sociedade em que vivemos, pode ser olhar profundamente nos olhos<br />

da primeira criança e do primeiro jovem que você encontrar pela frente.<br />

O brilho no olhar deles lhe dará a confiança, a energia e o bom, o<br />

melhor e mais justo motivo e motivação para continuar o sonho do<br />

qual lhe falo. Se isso não for suficiente, olhe também nos olhos do seu<br />

filho ou filha, sobrinho ou sobrinha ou de qualquer criança, adolescente<br />

ou jovem que encontre. Quando tivermos vontade de desistir, a<br />

primeira coisa a fazer é pensar nos “esfarrapados do mundo”, como<br />

escreveu <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> nas primeiras palavras de Pedagogia do oprimido.<br />

(<strong>Freire</strong>, 1987: 23)<br />

Que possamos olhar e enxergar a pessoa que está ao nosso lado,<br />

para o nosso próprio reflexo no espelho e para criança que existe em<br />

nós. Teremos, sem dúvida, bons, ótimos motivos para trabalhar por<br />

um mundo melhor, mais humano, mais fraterno, mais justo, pacífico<br />

e feliz. Na escola, esse sentimento cria uma ambiência de possibilidades<br />

coletivas, a nossa energia se renova no encontro com outras pessoas<br />

que, como nós, num projeto coletivo, sonham com as mudanças<br />

possíveis e acreditam nelas. Reconheçamo-nos nas outras pessoas,

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