19.04.2013 Views

Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

220 PAULO ROBERTO PADILHA<br />

que seria possível trabalhar numa outra perspectiva, culturalmente<br />

contextualizada. Passei a ser mais feliz na escola e na sala de aula e<br />

percebi que o mesmo acontecia com os meus alunos e com as minhas<br />

alunas, pois eles passavam a aprender melhor e, eu, a perceber que,<br />

efetivamente, eu também aprendia com eles a cada encontro.<br />

A Educação Intertranscultural trabalha nessa perspectiva. Ela se<br />

inscreve no movimento de educação crítica e pós-crítica, que é ativa e<br />

progressista, no sentido de querer promover mudanças mais profundas<br />

na educação e na sociedade, mais do que simplesmente apresentar<br />

determinadas inovações metodológicas no campo da pedagogia<br />

ou da didática.<br />

Apresento aqui uma primeira característica da Educação Intertranscultural:<br />

procurar ter sempre uma visão de totalidade das ações<br />

propostas nos processos educativos e evitar se conformar, por exemplo,<br />

com a prática do projetismo, das ações imediatas, que dispensam<br />

um processo de formação do sujeito sem que ele seja capaz de estabelecer<br />

profundas relações com outros sujeitos e entre diferentes manifestações<br />

do conhecimento e da sabedoria acumulada pela humanidade.<br />

Uma segunda característica marcante da educação, e, portanto,<br />

do currículo intertranscultural, é valorizar o trabalho interdisciplinar<br />

quando este cria condições para o encontro entre diferentes disciplinas<br />

ou áreas do conhecimento e quando propõe uma ação curricular<br />

emancipadora das pessoas. Parte-se, como observamos, das disciplinas<br />

ou das áreas do conhecimento para trabalhar o currículo da escola.<br />

Ao trabalharmos na perspectiva da intertransculturalidade, os<br />

nossos pontos de partida não são exatamente as disciplinas, as áreas<br />

do conhecimento ou as ciências. Os nossos pontos de partida são as<br />

pessoas, os coletivos humanos e as relações que eles estabelecem entre<br />

si e com o mundo em que vivem. Portanto, começamos o processo<br />

educacional, na perspectiva da Educação Intertranscultural, pelo reconhecimento<br />

das histórias de vida, das culturas e das identidades,<br />

semelhanças e diferenças culturais entre as pessoas.<br />

As relações humanas é o que nos interessa no início do processo<br />

pedagógico, justamente porque se trata de educar para a convivência,<br />

para as inter-relações e para as interconexões entre as pessoas e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!