Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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68 PAULO ROBERTO PADILHA<br />
ruins, porque tivemos, nas escolas pelas quais passamos, em diferentes<br />
tempos e espaços, múltiplas sensações e aprendizagens, não só<br />
uma coisa ou outra. Fora delas, porque vivenciamos e aprendemos<br />
sempre, de maneiras diferenciadas, em todos os espaços das cidades<br />
por onde passamos, onde nos criamos e crescemos, experiências que<br />
nos fizeram pessoas mais ou menos humanizadas, sujeitos históricos,<br />
conformando as nossas identidades.<br />
Neste “segundo movimento” deste Educar em Todos os Cantos,<br />
ouso dar início a uma reflexão que exigirá, certamente, maiores aprofundamentos<br />
em outros trabalhos. Perguntemo-nos se poderíamos<br />
falar da existência de um Mundo Educador? O mundo em que vivemos<br />
é educador? Ele nos educa? E o que é esse mundo? Nós somos o<br />
mundo? Somos algo isolado do mundo ou, como humanos, criamos<br />
também o nosso “mundo humano” ou, até mesmo, o nosso mundo<br />
desumano?<br />
Essas perguntas podem nos ajudar a refletir sobre essa temática,<br />
principalmente se considerarmos que, na contemporaneidade, estamos<br />
permanentemente conectados com o mundo todo, com todo o<br />
planeta Terra — alguns até mesmo com seres de outros planetas, de<br />
outras órbitas e dimensões da vida e da morte como diriam (e como<br />
escrevem) muitos. 4 Sinto-me aprendente e ensinante neste mundo,<br />
conectado com o mundo todo, a todo instante. Se isso é verdadeiro, a<br />
resposta sobre a existência ou não de um mundo educador seria aparentemente<br />
simples, ou seja: sim, o Mundo é Educador.<br />
Para começar a pensar a existência de um Mundo Educador, não<br />
será necessário aprofundar nossos estudos e potencializar as nossas<br />
capacidades de compreensão, de análise e de interpretação sobre tudo<br />
o que se passa no mundo todo, em todo o planeta Terra e em outras<br />
4. E se falamos em democracia, em diversidade, em convivência, em solidariedade, em<br />
respeito e em ética, que sejamos humildes, respeitosos e dialogantes com todos os conhecimentos,<br />
saberes e com a fé de todas as pessoas. Isso demonstra sabedoria, não-arrogância e abertura<br />
ao diálogo, exercício de alteridade, uma postura que procura ver o mundo também com o olhar<br />
do outro e não apenas a partir da própria cultura e convicções. Infelizmente, a certeza fenomenal<br />
da ciência (positivismo) e a fé extremada de algumas religiões, seitas e convicções políticas<br />
(fanatismo, fundamentalismo, terrorismo), só para dar dois exemplos, não são capazes de promover<br />
o diálogo respeitoso com as diferenças e com as semelhanças dos povos e culturas do<br />
mundo em que vivemos, no nosso planeta.