Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 225<br />
nhecimento, característica tanto da transdisciplinaridade quanto da<br />
intertransculturalidade.<br />
Temos, então, as referências iniciais para a construção do que<br />
temos chamado de currículo e de Educação Intertranscultural. Procuraremos,<br />
então, dimensionar, de acordo com cada contexto sócio-histórico,<br />
o peso maior ou menor, em determinados tempos e espaços,<br />
que a cultura terá na formação humana, considerados os ritmos culturais<br />
dinâmicos de cada grupo social. Cultura que se faz e que se<br />
refaz na história.<br />
Importante é acentuar as aprendizagens e as vivências humanas<br />
no processo de ensino e aprendizagem, e não apenas os conhecimentos<br />
historicamente acumulados com os quais a escola tanto<br />
trabalha. Desta forma, estimulamos o diálogo, o conflito, a diversidade<br />
cultural, o reconhecimento das diferenças, das diferenças dentro<br />
das diferenças, das identidades dos sujeitos envolvidos, visando<br />
tornar sempre possível a ampliação do diálogo e à melhor qualidade<br />
de vida das pessoas envolvidas nesses ciclos vitais de ensino<br />
e de aprendizagem.<br />
Quando falamos de currículo e de Educação Intertranscultural,<br />
não estamos nos limitando à educação formal, até porque, para nós, a<br />
educação acontece em todos os cantos, em todos os momentos, em<br />
todas a horas da nossa vida e em todos os espaços em que vivemos e<br />
convivemos. Daí também a idéia de um Mundo Educador, que valoriza<br />
a cultura, a ciência, a política, enfim, as várias manifestações do<br />
conhecimento, do sentir e do saber da humanidade, acumulado e por<br />
vir. Procurar aprender a utilizar as várias linguagens artísticas, as<br />
várias formas de expressão simbólica e representativa, material e imaterial,<br />
presentes em nossas vidas cotidianas, é uma forma de avançar<br />
na direção da construção de uma Educação Intertranscultural.<br />
A palavra currículo, quando associada a processos educacionais,<br />
tem sido historicamente considerada sinônimo de conteúdos programáticos<br />
que fazem parte de uma determinada “grade curricular” 5 que<br />
5. Sugiro também superarmos a lógica da “grade” associada ao currículo, pois ela nos dá<br />
a idéia de prisão, de limites, de censura, de fragmentação do conhecimento. Falemos, simplesmente,<br />
de currículo da escola ou da unidade educacional.