Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 239<br />
elementos teóricos para novos paradigmas e novas epistemologias<br />
complexas.<br />
Estamos falando de um processo de reorientação curricular, no<br />
qual vamos entrando e nos reconhecendo aos poucos, aprendendo<br />
com calma, no âmbito do diálogo, da “paciência impaciente” e da<br />
“esperança sem espera”, como nos ensina <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>.<br />
Vamos consolidando as nossas aprendizagens e realizando as<br />
“traduções” recíprocas das nossas aprendizagens (Santos, 2005), das<br />
nossas culturas, à medida que nos aproximamos cada vez mais, humanamente,<br />
dos conhecimentos e dos saberes que aprendemos e produzimos,<br />
sempre nos desafiando e ao mesmo tempo respeitando os<br />
nossos respectivos tempos, espaços e ritmos culturais que são históricos<br />
e dinâmicos.<br />
Além dos indicadores metodológicos do currículo e da Educação<br />
Intertranscultural, o “como”, o “com quem”, o “para quê”, o “para<br />
quem” e o “quando” organizamos a nossa aprendizagem interessa a<br />
quem aprende que, enquanto ensina, muitas vezes, mais aprende do<br />
que verdadeiramente ensina. É que a cada ensinamento está reelaborando<br />
o que já sabia a partir do diálogo com quem aprende. Interessa<br />
também a quem descobre que, ao aprender, está ao mesmo tempo<br />
ensinando, pois, quando apreendemos novos saberes, ensinamos<br />
não só o que já sabíamos, mas também com a nossa própria forma<br />
de aprender.<br />
Mesmo sendo o professor figura indispensável, na perspectiva<br />
da Educação Intertranscultural não só ele, mas os alunos e as alunas<br />
são o locus fundamental do processo educacional, bem como toda a<br />
comunidade, todo o bairro e toda a cidade que passam a se perceber<br />
co-responsáveis pela educação que se pratica na escola e na sociedade<br />
em que vivemos. Isso porque todos podem ser igualmente sujeitos<br />
ativos, mesmo tendo experiências, formações, papéis e atribuições<br />
diferenciados. Aprender e ensinar são, também por isso, atividades<br />
prazerosas. E mais o serão quanto menos respostas prontas<br />
forem oferecidas no processo educacional, pois, quando nos sentimos<br />
desafiados a buscar as respostas para as nossas dúvidas,