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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 109<br />

eles e com elas, fazendo do processo de ensino e aprendizagem algo<br />

realmente significativo e prazeroso, que possamos pesquisar profundamente,<br />

desde o início e sempre, cada detalhe das nossas culturas,<br />

dos nossos saberes, de nossas dúvidas, incertezas e certezas. 30<br />

Geralmente, quando falamos em pesquisa, pensamos no curso<br />

superior ou na pós-graduação, o que, nos dias atuais, é um absurdo.<br />

Desde a educação infantil a criança pode e deve aprender a pesquisar.<br />

Se assim tivesse acontecido conosco, não chegaríamos à universidade<br />

com as dificuldades que chegamos, não conseguindo, por exemplo,<br />

“colocar no papel” o nosso pensamento. Por acaso isso já aconteceu<br />

com você, prezada leitora e prezado leitor? Se já aconteceu, sabe<br />

exatamente do que estou falando. Pois bem: queremos superar também<br />

esse problema, do qual nós, pessoalmente, já fomos vítimas, por<br />

conta de termos passado anos e anos sendo vítimas de uma “educação<br />

bancária”, como diria <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>.<br />

Compartilhar com os nossos estudantes as nossas pesquisas, as<br />

nossas produções acadêmicas, quem somos, o que pensamos e que<br />

precisamos deles para tornar nosso convívio de aprendizagem o mais<br />

proveitoso possível, é uma das primeiras exigências do fazer docente.<br />

Valorizaremos as nossas múltiplas identidades e construiremos<br />

uma educação diferente daquela que, ainda hoje, nos causa mais medo<br />

do que confiança, dor do que prazer, dúvidas do que aprendizagens<br />

significativas para a nossa vida.<br />

Mas como operar essas mudanças nos nossos fazeres educacionais?<br />

Aqui entramos numa outra dimensão de práxis educacional,<br />

muito atual por sinal, que significa sempre fundamentar as nossas<br />

práticas não só em relação ao mundo ou às experiências mais imediatas<br />

que nos cercam, no tempo atual ou mais próximo. Defendemos<br />

que cada vez mais possamos resgatar as experiências e as marcas das<br />

diversas culturas trazidas por nossos estudantes, para tornar o nosso<br />

ensino sempre curioso e aprendente. Que associemos esses saberes<br />

prévios de todas as pessoas aos conhecimentos que trabalharemos<br />

nos nossos cursos, nas nossas escolas.<br />

30. O professor Pedro Demo afirma que o professor que não escreve não poderia “dar<br />

aulas”. É uma boa provocação para pensar a qualidade sociocultural da nossa docência.

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