Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 111<br />
combinando as experiências acumuladas da democracia participativa<br />
e da democracia representativa, também deve ser objeto de aprendizagens<br />
continuadas de todos os sujeitos escolares e comunitários. Isso<br />
se concretiza pensando a prática e fundamentando-a processualmente.<br />
Como destacamos na canção Era uma vez eu mesmo, é perigoso<br />
acreditar sem contestar nada e, ao mesmo tempo, é maravilhoso amar,<br />
se dar, sorrir, preservar a natureza, lutar contra a corrente, excitar<br />
tanta gente e emocionar o valente, na direção da mudança possível<br />
por uma educação melhor e por um mundo mais justo, em que a<br />
inclusão — de mulheres, homens e pessoas de diferentes orientações<br />
afetivo-sexuais, de diferentes idades — seja um valor para o nosso<br />
Mundo Educador. Nessa direção, superemos o mais possível as nossas<br />
resistências e, às vezes, os nossos preconceitos, dificilmente reconhecidos<br />
por nós mesmos, com aquelas pessoas que consideramos<br />
“estrangeiras”, mesmo quando estas vêm ao nosso encontro para nos<br />
ajudar em nossos projetos.<br />
Na música O retirante, observamos que temos muitas histórias<br />
para contar, de lutas, de conquistas, de realizações e dificuldades.<br />
Todos deixamos as nossas marcas na história e trazemos muitas delas<br />
no nosso rosto, na nossa corporeidade, na nossa trajetória de vida.<br />
Se assim é, temos também muito a contribuir na construção de um<br />
outro mundo possível, de uma outra educação possível, de um Mundo<br />
Educador.<br />
Falar de resultados em qualquer projeto ou programa de política<br />
pública educacional é cuidar bem do próprio projeto, dos processos e,<br />
principalmente, das pessoas nele envolvidas. Aí, sim, podemos falar<br />
em política pública responsável, que se traduz em processos, em<br />
movimentos, e não apenas em políticas de resultado, pois dá tempo<br />
ao tempo para que os projetos e os sujeitos deles participantes amadureçam<br />
e reconheçam, numa gestão compartilhada, os avanços que<br />
aos poucos vão sendo conquistados.<br />
Todos nós, trabalhadores em educação, temos a difícil e desafiadora<br />
tarefa de, no início do Século XXI, reaprendermos que é possível<br />
novamente um reencantamento com a educação e com o mundo que<br />
temos, que fazemos e que faremos cada vez melhor, como uma verdadeira<br />
forma de amor.