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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 207<br />

Tudo o que fizer parte do PEPP, do PTA, da PP, e do currículo<br />

de uma instituição educacional, especialmente no ensino formal, regular,<br />

mas extensivo também àquelas instituições que trabalham no<br />

âmbito da educação não formal, necessita e pode ser avaliado de forma<br />

sistemática — com registros formais, qualitativos e quantitativos<br />

—, publicamente — que conte com a participação de várias pessoas e<br />

instituições e cujos processos e resultados sejam transparentes e de<br />

conhecimento público —, e considerando a sua dimensão complexa<br />

— que leve em conta diferentes dimensões da realidade avaliada, dos<br />

sujeitos que avaliam, e os vários tempos e espaços da avaliação.<br />

A avaliação institucional supera a antiga lógica de que apenas o<br />

aluno deveria ser avaliado. Lembro-me que, no final dos anos 1980,<br />

professores e professoras estranharam muito quando, pela primeira<br />

vez, foi proposto na escola que os alunos deveriam também avaliar o<br />

trabalho deles. Alguns docentes ficaram revoltados com isso, como se<br />

fosse a coisa mais absurda do mundo. Hoje isso já mudou bastante.<br />

O mais importante, nesse processo, é que a avaliação institucional<br />

não acabe se fundamentando na lógica do produto, dos resultados,<br />

como já tem sido, infelizmente, uma vertente bastante comum<br />

dessa avaliação, principalmente quando ela é pautada por princípios<br />

mercantilistas. Mas, se pensarmos na avaliação institucional visando<br />

ao benefício do público, como é a nossa concepção de avaliação, toda<br />

a sociedade será beneficiada por ela. Nesse caso, visaríamos a uma sociedade<br />

que valoriza a participação, a gestão compartilhada dos projetos,<br />

dos programas públicos e da própria avaliação que se pratica.<br />

Temos, de um lado, uma concepção de avaliação institucional<br />

que poderíamos chamar de centralizada e descendente — de resultado,<br />

hierarquizada, levada a cabo por especialistas, com ênfase na lógica<br />

de mercado e resultante de políticas neoliberais, com enfoque<br />

jurídico, tecnocrático e desenvolvimentista. 11 Outra concepção, que<br />

11. Por “enfoque jurídico”, poderíamos considerar uma avaliação referida a práticas normativas<br />

e legalistas; por enfoque tecnocrático, o predomínio dos quadros técnicos/especialistas,<br />

e por enfoque desenvolvimentista, uma avaliação para atingir objetivos predominantemente<br />

econômicos e sociais.

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