Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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70 PAULO ROBERTO PADILHA<br />
compreensões que fazemos do mundo em que vivemos, com o que a<br />
educação que praticamos será mais prazerosa e significativa para todos<br />
nós.<br />
Como também nos ensina <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> no seu livro Pedagogia do<br />
oprimido, quando nos fala de investigação das relações homem-mundo:<br />
“o momento deste buscar é o que inaugura o diálogo como prática<br />
da liberdade” (<strong>Freire</strong>, 1987: 87). Portanto, a pessoa, ao realizar o<br />
diálogo como prática da liberdade, constrói o seu próprio mundo e<br />
transforma a si própria e a sua história. Daí ser ela um ser histórico.<br />
Nesse sentido, <strong>Freire</strong> escreve também que os homens,<br />
ao terem consciência de sua atividade e do mundo em que estão, ao<br />
aturarem em função de finalidades que propõem e se propõem, ao<br />
terem o ponto de decisão da sua busca em si e em suas relações com o<br />
mundo, e com os outros, ao impregnarem o mundo de sua presença<br />
criadora através da transformação que realizam nele, na medida em<br />
que dele podem separar-se e separando-se, podem com ele ficar, os<br />
homens, ao contrário do animal, não somente vivem, mas existem, e<br />
sua existência é histórica. (<strong>Freire</strong>, 1987: 89)<br />
Se nós construímos o mundo, pois nossa existência é histórica e<br />
cultural, como justificar a lógica da malvadez, da ausência do afeto,<br />
da aceitação de uma educação e de uma escola que pune, que causa<br />
medo e que avalia com nota zero como se o aluno fosse incapaz no<br />
processo de ensino e aprendizagem ou como se o professor fosse também<br />
um carrasco dos alunos? Não tenho respostas para essas perguntas,<br />
nem quero crer que o ser humano é “essencialmente” o ser da<br />
guerra. Trata-se de perguntas que fazem parte de nossa vida cotidiana<br />
e que, portanto, devem também ser discutidas, coletivamente, no<br />
âmbito educacional e das nossas relações humanas.<br />
Outra questão importante, muito presente no mundo em que<br />
vivemos e que precisamos analisar, é a de como temos convivido e<br />
acolhido as pessoas migrantes, que se aproximam do contexto e da<br />
conjuntura em que vivemos. Temos recebido essas pessoas com solidariedade,<br />
respeitando suas culturas e nos relacionando com elas de<br />
forma inclusiva, amorosa e carinhosa ou, ao contrário, preocupamo-