Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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228 PAULO ROBERTO PADILHA<br />
7.2 Por onde começar a Educação Intertranscultural?<br />
Falamos em currículo da escola ou de qualquer outra instituição<br />
educacional. Vejam: currículo “da” escola: aquele que nasce da decisão<br />
coletiva de todos os sujeitos escolares e comunitários, e não apenas<br />
do currículo escolar, nascido tantas vezes da cabeça de especialistas<br />
e daqueles/as que ainda tentam centralizar, nos gabinetes governamentais,<br />
o que a escola deverá transmitir aos seus alunos, visão<br />
tradicional e centralizada de currículo, esta sim, rançosa e arcaica,<br />
que deve ser superada.<br />
Definir o currículo da escola na perspectiva que aqui estamos<br />
discutindo significa, em primeiro lugar, a própria decisão da unidade<br />
educacional sobre a necessidade de que diferentes sujeitos escolares<br />
contribuirão nas decisões relacionadas ao currículo.<br />
Em segundo lugar, trata-se de criar as condições objetivas possíveis,<br />
espaciais e temporais, que viabilizarão a decisão coletiva sobre<br />
como os professores, professoras, alunos e alunos e os demais sujeitos<br />
escolares estarão se organizando para, de forma dialógica, pensarem<br />
sobre o que fará parte do currículo da escola, quando, como, por<br />
quê, para quê, onde, com quem e por onde começar.<br />
Uma vez estabelecida a metodologia de trabalho para o diálogo<br />
em torno do currículo e iniciado o processo pelos encontros desses<br />
vários sujeitos, a escola estará dando um passo para a ressignificação<br />
e atualização do seu currículo. Passará, nesse processo de travessia, a<br />
observar com mais vagar os pontos de partida do processo de definição<br />
curricular, definirá onde quer chegar, e, com isso, criará uma<br />
ambiência para que se instale, na organização curricular da unidade<br />
educacional, uma nova lógica para o alcance das aprendizagens.<br />
Como vemos, a organização do currículo da escola exigirá planejamento<br />
e avaliação permanentes, coletivamente significados, pelo<br />
que o processo é eco-político-pedagógico em si mesmo, mais prazeroso<br />
e alegre por aproximar as pessoas e, a partir daí, buscar os reconhecimentos<br />
e as aproximações culturais, identitárias dos sujeitos<br />
em relação.