Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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230 PAULO ROBERTO PADILHA<br />
na diversidade, aberta e tolerante em relação às pluralidades que nos<br />
oferecem as sociedades multiculturais, e que ultrapasse as fronteiras<br />
culturais atuais e as antigas fronteiras sociais, tomando consciência da<br />
mobilidade humana e das migrações como um elemento que existe na<br />
realidade, desde o início da humanidade até os dias de hoje. (Marin &<br />
Dassen, 2006: 4)<br />
É importante, ainda, relacionar todas as nossas reflexões, somadas<br />
agora às dos professores Marin e Dassen, aos critérios de avaliação<br />
do processo de ensino e aprendizagem, que interessa a todas as<br />
disciplinas, áreas de conhecimento ou às outras formas de organizar<br />
o currículo, digamos, mais complexas, como, por exemplo, uma organização<br />
transdisciplinar, que nos indica, pelo próprio prefixo “trans”,<br />
“aquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes<br />
disciplinas e além de qualquer disciplina” (Nicolescu, 2000:<br />
15) e que visa à unidade do conhecimento.<br />
Considerada a programação curricular que o grupo definiu, o<br />
fundamental agora é que docentes e discentes continuem trabalhando<br />
coletivamente e que caminhem na busca de uma visão de totalidade<br />
do conhecimento e do reconhecimento da complexidade dos saberes<br />
que fazem parte do currículo. 7<br />
Superar a fragmentação, o isolamento, a competição e a<br />
pseudosuperioridade de uma disciplina sobre a outra ou a negação<br />
entre elas é atividade exemplar para que, na nossa própria vida, estejamos<br />
também revendo os nossos valores e tentando construir uma<br />
sociedade mais justa e pacífica, menos competitiva, mais integrada a<br />
uma ética e a uma estética particular e universal, local e planetária,<br />
preocupadas com a humanização da nossa própria humanidade.<br />
7. Os professores Reinaldo Matias Fleuri e Mário Jorge Freitas escrevem: “a complexidade<br />
é antes do mais, uma qualidade, um estado, um certo tipo de padrão de organização, que está<br />
presente no ser do universo, como um todo e que, nalguns dos seus componentes (vida e mente,<br />
em particular), atinge níveis que poderemos chamar de hipercomplexos (Morin,2005). Isto implica,<br />
desde logo, aceitar que a complexidade se manifesta de formas diferenciadas, a diversos<br />
níveis estruturais do universo. (...)” (Fleuri & Freitas, 2006: 18). O ensaio dos professores Fleuri<br />
e Freita é instigante e “complexo”, apresentado pelos autores no contexto do III Encontro Internacional<br />
de Educação Intercultural e Movimentos Sociais, realizado em Florianópolis em 2006,<br />
que será publicado em breve nos anais do Encontro.