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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 151<br />

tende a considerá-la como simplesmente ultrapassada, fora do nosso<br />

tempo, em que as coisas se repetem como há duzentos ou mais anos.<br />

Mas se, eventualmente, reconhecemos na unidade educacional em<br />

que estamos, algumas características que poderiam contribuir para<br />

confirmar essa tese, razão maior para que nos organizemos a fim de,<br />

concretamente, superá-las.<br />

A escola é um lugar de “esperança sem espera”. No livro Pedagogia<br />

da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido, <strong>Freire</strong> reafirma<br />

que essa pedagogia precisa, como necessidade ontológica, “ancorar-se<br />

na prática” (<strong>Freire</strong>, 1992: 11). É com base na prática que a<br />

esperança se torna concretude histórica e, portanto, não se trata de<br />

esperança na “pura espera”. Exige-se, na verdade, das educadoras e<br />

educadores, uma certa “educação da esperança”. (Idem)<br />

Educar com esperança é entender que a educação acontece durante<br />

toda a nossa vida, nos diferentes espaços e tempos de nossas<br />

convivências humanas e das relações que estabelecemos com todo o<br />

ecossistema, como já dissemos. Significa também que, como a própria<br />

vida, há que saber conviver tanto com a esperança quanto com o<br />

desespero, com a tolerância e com a intolerância, com o que está dentro<br />

de nós, diante de nós e com mundo em que vivemos. Por isso, a<br />

importância e a necessidade de conhecer a realidade — e o real — em<br />

que vivemos para, a partir daí, propor mudanças.<br />

É nesse contexto que a “leitura do mundo” ganha maior significado<br />

para a educação. E a cada dia mais nos convencemos de que é<br />

impossível ao educador e à educadora aprimorar a sua prática sem<br />

refletir diária, semanal e mensalmente sobre ela. Aí, sim, a esperança<br />

deixa de ser espera.<br />

A Pedagogia da esperança, de <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>, reafirma o homem que<br />

ele foi, em permanente e coerente busca de conhecer o mundo para<br />

transformá-lo, de uma educação como ato dialógico, de uma ciência<br />

aberta às necessidades populares e de um planejamento comunitário,<br />

participativo, com gestão democrática, compartilhada e pesquisa participante<br />

— intuições originais observadas em sua obra e pensamento,<br />

registradas por Moacir Gadotti em seu livro intitulado Um legado<br />

de esperança. (Gadotti, 2006)

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