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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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194 PAULO ROBERTO PADILHA<br />

de forma descontextualizada, sem consulta e sem formação continuada<br />

dos sujeitos, que poderiam contribuir para a sua adoção de forma<br />

organizada, planejada, aprendendo no processo. Infelizmente, isso<br />

ainda é uma realidade educacional no nosso país, pois não raramente<br />

a busca por resultados rápidos substitui a necessária formação e capacitação<br />

humana, que dariam tempo para o amadurecimento das<br />

idéias e o desenvolvimento de experiências educacionais devidamente<br />

contextualizadas.<br />

Uma pesquisa realizada pela professora Jussara Hoffmann registrou<br />

que professores e professoras associaram a avaliação a imagens<br />

“de dragões, monstros de várias cabeças, guilhotina, túneis escuros,<br />

labirintos e carrascos... Outras imagens evocam objetos-surpresa<br />

ou de controle: bolo de faz-de-conta, embrulho de presente,<br />

radar, termômetro, balança... Raras vezes surgem imagens de cunho<br />

positivo relacionadas à palavra”. (Hoffmann, 1999: 13-14)<br />

Nosso objetivo, neste capítulo, é contribuir para a superação dessas<br />

imagens negativas e oferecer alguns indicadores para que a escola<br />

continue a sua reflexão permanente sobre o sentido da avaliação<br />

que queremos: a emancipatória, em que os professores, ao praticá-la,<br />

realmente zelem pela aprendizagem dos alunos, estabeleçam estratégias<br />

de “recuperação” (sic) para os alunos de menor rendimento e<br />

que ministrem os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar<br />

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação<br />

e ao seu desenvolvimento profissional, conforme estabelece o<br />

artigo 13 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). 3<br />

Falando também na LDB n. 9.394/96, é fundamental que professoras<br />

e professores conheçam em detalhes o que estabelece o inciso V<br />

do seu artigo 24, que faço questão de aqui transcrever:<br />

3. Sempre lembrando que a LDB n. 9.394/96 foi um marco no que se refere à flexibilização<br />

da avaliação do rendimento escolar, principalmente no seu artigo 24, que estabeleceu para a<br />

educação básica, nos níveis fundamental e médio, regras comuns de sua organização, possibilitando,<br />

por exemplo, que a classificação dos alunos possa ser feita por promoção, por transferência<br />

e mediante avaliação, independentemente de escolarização anterior (inciso II). Mas, observando<br />

também, como diz o professor Pedro Demo, que esta própria LDB apresenta avanços<br />

e ranços, um dos ranços é, por exemplo, o fato de continuar utilizando o termo “recuperação”,<br />

que pressupõe que o aluno está atrasado, termo que não é o mais adequado quando falamos de<br />

processos avaliativos da aprendizagem.

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