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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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EDUCAR EM TODOS OS CANTOS 73<br />

planetário. Segundo ele, a revolução eletrônica cria um espaço-acústico<br />

capaz de globalizar os acontecimentos cotidianos. Hoje, trinta anos<br />

depois, a telemática e os grandes centros de informação obrigam o<br />

cidadão a viver planetariamente num mundo conformado por um emaranhado<br />

de redes de comunicação permanentes e absorventes que inexoravelmente<br />

influem na forma de perceber, pensar, compreender e<br />

expressar o mundo em que vivemos. (Gutierrez & Prado, 1999: 38-39) 7<br />

Destaco a necessária superação da xenofobia visando à educação<br />

na perspectiva de um Mundo Educador, que exige a nossa mais<br />

íntima avaliação de como estamos sendo na vida que levamos, nas<br />

relações que estabelecemos, para que consigamos trabalhar a possibilidade<br />

de mudanças que superem eventuais atitudes centralizadoras,<br />

paternalistas, egoístas, competitivas, antidemocráticas, arrogantes,<br />

não-dialógicas, rígidas, pouco humildes, violentas, antiéticas e, no limite,<br />

corruptas, desonestas e desumanas.<br />

Por melhores que sejam, não bastam declarações institucionalizadas<br />

de boas intenções sobre a possibilidade de que as cidades se<br />

articulem e sejam, por exemplo, educadoras, para que haja uma cidadania<br />

global ou uma educação planetária ou mundial. Toda mudança<br />

efetiva exige ousadia e organização na base da sociedade, começando<br />

por humanizar as relações, o nosso estar-sendo no mundo. Isso exige<br />

organização sociocultural e socioambiental desde a base da sociedade,<br />

associada a um planejamento intersetorial, estratégico, no nível das<br />

macro-políticas governamentais e das iniciativas da sociedade civil, fruto<br />

de uma planificação educacional de curto, médio e longo prazos.<br />

Ao procurar estabelecer as bases do que estou chamando de<br />

“Mundo Educador”, tenho também, como referencial teórico, a experiência<br />

das “Cidades Educadoras”, cuja proposta inicial surgiu no 1º<br />

7. Ao explicar o conceito de Cidadania Planetária, Francisco Gutierrez e Cruz Prado nos<br />

ajudam a compreender a visão unificadora do planeta e de uma sociedade mundial. Conforme<br />

consta de sua quarta capa, esse conceito “abarca um conjunto de princípios, valores, atitudes e<br />

comportamentos e demonstra uma nova percepção da Terra como uma única comunidade. Ela<br />

se manifesta em diferentes expressões: ‘nossa humanidade comum’, ‘unidade na diversidade’ ,<br />

‘nosso futuro comum’, ‘nossa pátria comum’. Nessa mesma direção, indico a leitura de outras<br />

obras importantes: Gadotti (2000); Ferrero & Holland (2004) e Boff (1999).

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