Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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108 PAULO ROBERTO PADILHA<br />
gerações. Poderíamos, então, falar da necessidade de um educador<br />
integral ou de um profissional integral no âmbito da educação.<br />
Esse profissional integral, bem formado, consegue relacionar os<br />
seus saberes e conhecimentos informais, não formais e formais, com<br />
os trazidos por seus alunos para os seus espaços de aprendizagem. É<br />
aquele capaz de se relacionar e provocar vivências valorativas, técnicas<br />
e éticas, referidas tanto ao trabalho realizado, como às relações<br />
que estabelecemos no nível local e na dimensão planetária. Trata-se<br />
de aprender a “ler o mundo” permanentemente, de saber planejar,<br />
executar, avaliar dialogicamente o seu trabalho e também de autoavaliar-se.<br />
(Romão, 1998, 2002; Padilha, 2001)<br />
Já não basta que nós, trabalhadores em educação, ressignifiquemos<br />
as nossas próprias experiências e aproveitemos tudo o que aprendemos<br />
até agora para usá-las em favor dos processos de ensino e de<br />
aprendizagem que coordenamos. Organizarmos as nossas ações de<br />
forma sistemática e criativa, desenvolvendo projetos e ações coletivas<br />
que possam, processualmente, nos oferecer as condições concretas<br />
para que as mudanças aconteçam, trazendo para junto de nós os<br />
múltiplos olhares de profissionais de outras áreas e setores sociais, é<br />
uma exigência da educação na perspectiva aqui apresentada. Refirome,<br />
novamente, às ações que temos chamado de “intersetoriais” integradas<br />
às dimensões organizativas “intersecretariais”, “interministeriais”<br />
etc.<br />
Atualizar as nossas concepções educacionais, de planejamento,<br />
de currículo e de avaliação, historicamente enraizadas em nós e na<br />
sociedade em que vivemos, leva tempo. Por isso, para além das nossas<br />
ações individuais, isoladas, resolvidas pessoalmente e intrapessoalmente,<br />
requer que nos organizemos política, coletiva e democraticamente,<br />
para operar as transformações nas nossas práticas também<br />
coletivas, superando a preocupação com o simples conteúdo<br />
programático de determinada disciplina ou curso, bem como da nossa<br />
própria formação especializada.<br />
O mais importante é ter em mente e decidir, coletivamente, onde<br />
queremos chegar e o que poderemos fazer — e como. E se queremos<br />
realmente educar os nossos alunos e alunas, e nos educarmos com