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Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire

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122 PAULO ROBERTO PADILHA<br />

to” o seu trabalho na educação, como se isso fosse coisa normal ou<br />

como se a situação não tivesse mesmo jeito. E isso acontece até mesmo<br />

com algumas pessoas que acabam de ingressar na carreira, conforme<br />

pude constatar diversas vezes em minhas conversas com professores<br />

iniciantes.<br />

Não se trata de desistir ou de se conformar com as condições<br />

hoje oferecidas, pois, acima de tudo, temos na educação pessoas<br />

esperançosas, sem espera, que perseguem o sonho de uma sociedade<br />

mais feliz e mais justa. Os trabalhadores em educação têm uma<br />

importante contribuição a dar para construção de um mundo melhor.<br />

Por este motivo que, parodiando um antigo programa humorístico<br />

televisivo, alguns educadores chegam a brincar dizendo que a<br />

educação “balança mas não cai”. Não cai não! Não é por acaso que<br />

todo educador traz em sua história uma certa dimensão heróica<br />

(Teixeira, 2000) que, se não for demasiadamente exagerada, é muito<br />

positiva, porque, afinal, todos queremos “apenas” transformar e<br />

mudar o mundo.<br />

Apesar de todas as adversidades, o nosso sonho coletivo e comum<br />

de melhorar a educação, e a nossa vida na educação, persiste.<br />

Como nos ensinou <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>, é preciso ao mesmo tempo denunciar<br />

e anunciar. Ler o mundo para, nele, intervir de forma criativa,<br />

ousada, democrática, crítica, coletiva, participativa e mudancista. Nada<br />

de banalizar a situação e considerar que as coisas são assim mesmo e<br />

nunca melhorarão.<br />

Cabe a todos nós, trabalhadores em educação, contribuir para<br />

que a sociedade que educamos, e na qual vivemos e também nos<br />

educamos, dê maior importância, não apenas no nível do discurso, à<br />

educação para uma vida mais digna para todos e todas. Isso também<br />

vai caracterizar o “Mundo Educador” do qual estou falando neste<br />

livro.<br />

Mais do que em outras profissões, cabe-nos a responsabilidade<br />

de mostrar que se a educação não resolve tudo, tudo passa por ela<br />

(<strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>). E, se assim é, não deixaremos que a injustiça, que a<br />

exclusão, que a violência, que a arrogância, que o preconceito, que a<br />

barbárie, que o descaso, que a preguiça, que a luxúria, que o autoritarismo,<br />

que o individualismo e que a competição sejam maiores que a

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