Baixar - Acervo Paulo Freire - Instituto Paulo Freire
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240 PAULO ROBERTO PADILHA<br />
reaprendemos a capacidade de problematizar a realidade e de fazer<br />
novas perguntas.<br />
O erro não está na resposta em si, mas, como dizia <strong>Freire</strong>, se ela<br />
é dada independentemente da pergunta que a provoca. A redescoberta<br />
da pergunta e a procura da resposta fazem-nos perceber que a<br />
“alegria de aprender” resulta do esforço de muita pesquisa e dedicação.<br />
O reconhecimento dos avanços são momentos importantes para<br />
registra o prazer de aprender, o que poucas vezes temos feito, até<br />
mesmo pela precariedade e tecnicidade das nossas próprias sistematizações<br />
educacionais.<br />
Aprende-se muito mais perguntando do que respondendo, até<br />
porque, ao fazê-lo, tomamos gosto pela busca da raiz dos problemas<br />
e exercitamos a denúncia sempre associada à possibilidade do anúncio,<br />
por nós mesmos.<br />
É importante destacar que, na Educação Intertranscultural, procuramos<br />
chegar aos “temas geradores” com base nas discussões coletivas<br />
realizadas no “círculo de cultura”, considerando as experiências<br />
culturais do grupo com o qual estudamos e pesquisamos a realidade<br />
local ou global (glocal) na qual estão imersos os sujeitos educandos e<br />
educadores. Esses temas resultam da confluência de suas vivências e<br />
de suas origens culturais, com as experiências do momento presente<br />
e com as expectativas que possuem em relação ao futuro, levando-se<br />
em consideração as dimensões individuais e coletivas. Os conteúdos<br />
estudados se tornam vivos e significativos porque resultam da nossa<br />
experiência, do contexto em que vivemos, da nossa própria cultura,<br />
como vimos anteriormente. Isso exige planejamento e nasce de<br />
uma proposta pedagógica elaborada, executada e avaliada coletiva e<br />
processualmente.<br />
Em nome do diálogo e da aproximação entre diferenças e semelhanças,<br />
procurar-se-á ultrapassar, isto sim, posicionamentos ou práticas<br />
fundamentalistas e negadores de direitos, da liberdade e da<br />
emancipação das pessoas e do diálogo.<br />
Cada pessoa é diferente da outra, mas todas possuem também<br />
alguns pontos de contato, convergências, semelhanças que, se detectadas,<br />
favorecem os mecanismos aproximativos e identitários. Com