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ENTRE SILÊNCIOS, NÓDOAS E COBIÇA - CCHLA - Universidade ...

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2 GÊNERO E MASCULINIDADES<br />

2.1 Amplo diálogo: gênero e estudos comparados<br />

Cada um de nós é, sucessivamente, não um, mas muitos.<br />

E essas personalidades sucessivas, que emergem uma<br />

das outras, costumam oferecer os contrastes mais<br />

estranhos e assombrosos entre si. (Jose Enrique Bodó)<br />

Motivos de Proteu<br />

Os estudos comparados conseguem ter uma função mediadora e<br />

crítica das relações existentes entre diversos paradigmas, podendo trazer à discussão a<br />

questão da interdisciplinaridade. Deste modo, esses estudos, por poderem trabalhar<br />

diversas matérias no seu amplo campo de atuação, têm “licença” para dialogar tanto<br />

com as mais diversas literaturas como com obras de diversas disciplinas das ciências<br />

sociais e humanas. Aliás, é da natureza da comparação buscar esses laços em suas<br />

possibilidades mais produtivas. “É uma ilusão crer que a obra tem uma existência<br />

independente. Ela aparece em um universo literário povoado pelas obras já existentes e<br />

é aí que ela se integra” (TODOROV, 2009, p.220). Por isso, estamos cientes de que o<br />

ato de comparar passa pelo viés da investigação, que não só trabalha elementos<br />

literários, mas também o cultural, o social, o histórico, político, questões associadas a<br />

gênero, transculturação, raças, etc., já que estes categorias lhe servem como<br />

sustentáculo nesta relação de contiguidade. Obviamente, o próprio foro da comparação<br />

estabelecerá quais áreas serão as contempladas de maneira específica em cada trabalho.<br />

É preciso também entender a literatura segundo uma dialética<br />

essencial, a partir da qual o texto sempre comporta as marcas do<br />

contexto em que se produziu, mas, ao mesmo tempo, resguarda sua<br />

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