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ENTRE SILÊNCIOS, NÓDOAS E COBIÇA - CCHLA - Universidade ...

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aqueles definidos como masculino, ou entre orientações sexuais<br />

definidas como normais e aquelas definidas como “gay”, entre<br />

modos de significação e análises materiais de seu modo de produção<br />

e de circulação; e muito mais” (BERNHEIMER, apud. NITRINI,<br />

2010, p.120)<br />

Na verdade, sabemos que os estudos comparados têm como um dos seus<br />

pilares o contínuo e constante movimento de superação de barreiras, por isso seus<br />

objetivos estão cada vez mais ampliados e diversificados com o surgimento de<br />

produções dos diversos segmentos considerados “marginais”, ligados às questões de<br />

gênero, raça, ecologia, etc. Deste modo, se nos apoderarmos da afirmação de que “toda<br />

concepção de áreas cercadas por placas de ‘não ultrapasse’ deve ser rechaçada por uma<br />

mente aberta” (VAN TIEGHEM, 1998, p.76), veríamos que os objetivos do campo de<br />

atuação dos estudos comparados não respeitam traçados fixados.<br />

Assim, num momento histórico em que a questão da alteridade é discutida<br />

em suas mais diversas nuances, em que o “diferente” como forma de resistência se<br />

empenha cada vez mais nos movimentos em prol de uma maior visibilidade, torna-se<br />

pertinente a discussão que encetaremos sobre o lugar das masculinidades estigmatizadas<br />

negativamente nos estudos de gênero. Deste raciocínio, trabalharemos o espaço de<br />

diferenciação e de diálogo destas masculinidades marcadas negativamente –<br />

homossexualidades em Portugal e no Brasil -, sem deixar de observar os momentos<br />

históricos em que elas se apresentaram nos respectivos romances, em dois países de<br />

uma mesma língua de origem, de culturas diferentes, ex- metrópole e ex-colônia. Já o<br />

fato de que as narrativas desenrolem-se num mesmo recorte cronológico, ou seja, o<br />

século XIX, indica a possibilidade de leituras comparadas. Contudo, é óbvio que<br />

levaremos em consideração que Brasil e Portugal se situavam em realidades históricas,<br />

políticas e econômicas distintas. Dentro desta perspectiva é necessário observar que<br />

as diferenças não só mostram cada vez mais a sua face, e por isso se<br />

avizinham, competem e se afrontam por exprimir sua identidade.<br />

Essa expressão chegará, no limite, a subverter a pretensa<br />

homogeneização das sociedades ditas de consumo ou de massa.<br />

Neste caso, como vedar ao comparatismo o estudo da expressão<br />

intercultural numa mesma língua ou num mesmo país? (DUARTE,<br />

1998, p.77).<br />

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