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ENTRE SILÊNCIOS, NÓDOAS E COBIÇA - CCHLA - Universidade ...

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Seguindo o raciocínio da questão da “mobilidade contínua” e do não se deter<br />

em barreiras como parâmetros auxiliares nos estudos comparados é que sentimos a<br />

necessidade de discutirmos, em nosso trabalho, as questões aventadas nos parágrafos<br />

anteriores, pois nos dois romances diversos tópicos referentes à nossa análise estão<br />

representados.<br />

O princípio prático sustenta que a comparação é exequível quando<br />

são identificados tópicos, condições ou elementos formal ou<br />

presumidamente idênticos. É claro que aquilo que é<br />

presumivelmente, mas não realmente idênticos logo trai a diferença.<br />

Com tato e sorte, no entanto, podemos descobrir que tal diferença é<br />

grande o suficiente para criar interesse, ou então que a proposta<br />

identidade é forte o bastante para sustentar a justeza da comparação<br />

(EARL, 1996, p.41).<br />

Como as reivindicações de grupos considerados marginalizados e suas<br />

respectivas reinterpretações da evolução cultural, apoiados nas questões atreladas ao<br />

ponto de vista da alteridade, passaram a exigir da sociedade uma postura crítica<br />

politicamente correta em prol de suas causas, observamos que as questões de gênero e<br />

culturais só têm a acrescentar às práticas comparativas, pois aquelas conseguem<br />

distender o campo em que estas atuam. Os estudos comparados, adjunciados às questões<br />

da área da interdisciplinaridade, tornam-se, assim, algo essencial nos diversos debates<br />

de reivindicação e afirmação das identidades inferiorizadas dentro do discurso<br />

hegemônico heteronormativo.<br />

Na verdade, é por meio desta abertura advinda desses debates que os estudos<br />

comparados puderam inserir em suas investigações as questões que não estão<br />

circunscritas no âmbito das identidades não-marcadas negativamente e confundidas<br />

como parâmetro universal. Deste raciocínio, podemos nos aproximar da pergunta feita<br />

por Duarte (1998, p.80) àqueles que têm como foco estes estudos: “fechamos os<br />

ouvidos ou abrimo-los ao rumor polifônico de vozes antes caladas pelo processo que<br />

equalizou desde sempre civilização e repressão?”. Deste modo, podemos afirmar que<br />

manteremos os olhos e ouvidos bem abertos, quando esses se debruçarem sobre as<br />

relações de vizinhança e de diferença que há entre os romances, Barão de Lavos e Bom-<br />

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