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não poderia ser responsabilizado pela conduta individual da autoridade<br />

judicial. É correta essa contestação do Estado X<br />

Caso 2: O senhor A é policial. Em determinadas situações, ele se utiliza de<br />

meios ilícitos em seu ofício, como, por exemplo, no caso do senhor B, a<br />

quem submeteu a sessão de choques elétricos. A fim de receber compensação<br />

pelos danos sofridos em consequência da má conduta policial, o senhor B<br />

acionou o Estado, que, no entanto, rejeitou qualquer responsabilidade pelo<br />

ocorrido: embora o senhor A fosse funcionário público, ele teria atuado “por<br />

conta própria” violando leis estabelecidas pelo Estado, que criminalizam tais<br />

práticas. Por isso, seria impossível imputar a conduta do senhor A ao Estado.<br />

Tal interpretação estatal é correta<br />

Caso 3: O Estado X privatizou suas prisões. A partir de então, empresas de<br />

segurança vigiam os detentos. O senhor A é empregado da empresa QQ Ltda.,<br />

que maltratou o senhor B, um detento. O senhor B acredita que o Estado X é<br />

responsável por essa violação de direito humano. O Estado X, contudo, rejeita<br />

qualquer responsabilidade: seria impossível imputar atos de entes privados a<br />

ele. Assiste razão ao Estado<br />

Caso 4: O senhor A é chefe da polícia da delegacia X. Ele sabe, parcialmente,<br />

que alguns dos seus subordinados trabalham, fora do serviço, como membros<br />

de “esquadrões da morte”. De fato, há vários indícios de que esses policiais<br />

assassinam, por dinheiro, “crianças de rua”. O senhor A opta por não fazer<br />

nada em relação a isso. Em certo dia, contudo, uma ONG levanta informações<br />

de graves acusações referentes a violações de direitos humanos contra o Estado,<br />

referindo-se explicitamente à participação de policiais da delegacia X em<br />

“esquadrões da morte”. O Estado rejeita qualquer responsabilidade, porque<br />

esses policiais teriam atuado “por conta própria”, como entes particulares e não<br />

como agentes estatais. O argumento do Estado é correto<br />

Caso 5: XY Ltda. é uma corporação transnacional que permite que seus<br />

empregados trabalhem em condições análogas à escravidão. Podem esses<br />

empregados responsabilizar a XY Ltda. por violação de seus direitos<br />

humanos<br />

Sem dúvida, os principais obrigados pelo DIDH são os Estados. As garantias<br />

ínsitas aos DIDH são, antes de mais nada, resultado de uma longa luta contra o<br />

140 Sven Peterke

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