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O tipo de controle necessário é, no entanto, ainda controverso. A CIJ parece<br />

sustentar o critério de “dependência completa”, no sentido de effective control 56 ,<br />

embora o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia já tenha seguido uma<br />

noção mais ampla, exigindo meramente um overall control 57 . A doutrina favorece<br />

esta última noção 58 .<br />

Ademais, é recomendável, em casos de tolerância para com violações de<br />

direitos humanos, explicar por que as respectivas normas do DIDH obrigaram o<br />

Estado a intervir contra os atores privados 59 . Isso deve acontecer, se possível, por meio<br />

da utilização da respectiva jurisprudência dos órgãos internacionais de proteção dos<br />

direitos humanos.<br />

No Caso 4, a omissão do senhor A, chefe da delegacia, de iniciar investigações<br />

contra os policiais que trabalhavam fora do serviço para “esquadrões da morte”<br />

não resulta automaticamente na imputação ao Estado de seus atos ilegais.<br />

Muito mais, é preciso demonstrar que o senhor A era capaz de prevenir uma<br />

determinada violação de direitos humanos. No entanto, observa-se que a<br />

omissão, ao não iniciar investigações, por sua vez, pode ser considerada como<br />

violação da obrigação de garantir um determinado direito humano. Seus<br />

pressupostos serão expostos no § 8.<br />

3. Consequências jurídicas (de uma violação de direito humano)<br />

Neste Manual Prático, não podem ser discutidos todos os pressupostos de um<br />

ato ilícito internacional, nem todas as suas consequências jurídicas. No que se refere<br />

particularmente às violações de direitos humanos 60 , importante é saber que suas<br />

consequências jurídicas – em regra, emanadas diretamente do DIDH – correspondem<br />

às seguintes obrigações do Estado:<br />

56<br />

CIJ, Application of the Convention on the Prevention and Punishment of the Crime of Genocide (Bósnia and Herzegowina vs. Serbia<br />

and Montenegro), Jugdment of 26 February 2007, § 390-395; CIJ, Military and Paramilitary Activities in and against Nicaragua<br />

(Nicaragua vs. United States of America), Judgment of 27 June 1985, ICJ Reports, 1986, p. 14, § 94.<br />

57<br />

ICTY, The Prosecutor vs. Dusko Tadić, Jugdment (AP), Caso n. IT-94-I-A, 15 July 1999.<br />

58<br />

Cf. Griebel, J.; Plücken, M. New developments regarding the rules of attribution The International Court of Justice´s<br />

decision in Bosnia vs. Serbia. 21 LJIL, 2008, p. 601.<br />

59<br />

Vide o § 8. A razão é a (presumível) subsidiariedade das respectivas regras sobre a responsabilidade do Estado em relação<br />

ao DIDH com lex specialis.<br />

60<br />

Vide também Tomuschat, C. Reparation on victims of grave human rights violations. 10 Tulane Journal of International<br />

and Comparative Law, 2002, p. 57; Schönsteiner, J. Dissuasive measures and the “society as a whole”: a working theory of<br />

reparations in the Inter-American Court of Human Rights. 23 American University International Law Review, 2007, p. 127.<br />

146 Sven Peterke

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