06.01.2015 Views

esmpu0002

esmpu0002

esmpu0002

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

uma importância política muito maior que uma resolução “normal” da Assembleia<br />

Geral das Nações Unidas. Com efeito, trata-se de uma resolução solene que expressa<br />

uma opinião acerca de questões fundamentais das relações internacionais e, por esse<br />

motivo, é válida por um espaço de tempo mais longo. Já que há um consenso sobre<br />

a necessidade de proteção e apoio aos povos indígenas e o documento foi aprovado<br />

por uma grande maioria, alguns autores lhe dão um upgrade tal que o torna quase<br />

uma soft law. Segundo essa opinião, as disposições ali registradas estão a caminho de<br />

se tornarem normas jurídicas.<br />

Leia: Trifunovska, Snezana. One theme in two variations: self-determination for minorities<br />

and indigenous peoples 10 .<br />

Pergunta: O que é uma Declaração das Nações Unidas e o que é uma Soft Law<br />

1. Trabalhos preliminares para a criação da Declaração 11<br />

Nos anos 1960, a consciência crescente dos direitos humanos levou a ONU<br />

a se preocupar com os direitos dos povos indígenas, tendo sido encorajada para<br />

tanto pelo êxito alcançado no âmbito da descolonização – uma das histórias de<br />

sucesso da ONU. Por decisão do Ecosoc, o tema entrou, em 1971, para a pauta do<br />

plano de trabalho da “Subcomissão para a prevenção da discriminação e proteção<br />

das minorias”, um grêmio de especialistas da Comissão das Nações Unidas para os<br />

Direitos Humanos. Nesse grêmio, a partir de 1982, um Working Group on Indigenous<br />

Populations específico elaborou, sob a direção decisiva da muito ativa especialista grega<br />

em direito internacional, Erica Irene A. Daes, um Draft Declaration on the Rights of<br />

Indigenous Peoples visando à prevenção da discriminação e proteção das minorias,<br />

que, em 1992, foi finalmente apresentada à Comissão de Direitos Humanos 12 .<br />

Ao elaborar o documento, os especialistas puderam basear-se em vários estudos<br />

detalhados de relatores especiais. Nesse contexto, chama-se a atenção para a muito citada<br />

e fundamental análise de Martinez Cobo sobre a discriminação de povos aborígines 13 ,<br />

e sobre o relatório finalizado em 1998, de Alfonso Martinez, sobre contratos entre<br />

10<br />

In: International Journal on Minority and Group Rights 5 (1997), p. 191ss.<br />

11<br />

Daes, Erica Irene A. The spirit and letter of the right to self-determination of indigenous peoples: reflections on the making<br />

of the United Nations Draft Declaration. In: Aikio, Pekka; Scheinin, Martin (Ed.). Operationalizing the right of indigenous<br />

peoples to self-determination. Abo: Abo Akademi University, 2000, p. 67ss.<br />

12<br />

UN doc. E/CN.4/Sub.2/1992/28 (1993)<br />

13<br />

UN doc. E/CN.4/Sub.2/1983/21/Add. 4 (1983).<br />

306 Hans-Joachim Heintze

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!