06.01.2015 Views

esmpu0002

esmpu0002

esmpu0002

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

E isso acontece tanto nos casos de imigração de pessoas nacionais de países<br />

do hemisfério sul para o hemisfério norte como de imigrantes entre os mesmos<br />

hemisférios, ou seja, bolivianos no Brasil, paraguaios na Argentina, brasileiros<br />

nos EUA e na Europa, romenos na Itália ; todos devem ser abrigados com direitos<br />

básicos, quer no âmbito do reconhecimento de direitos civis e políticos, quer naquele<br />

dos direitos sociais.<br />

É preciso ressaltar também que, se em 1966 havia quase um antagonismo<br />

entre pacto de direitos civis e políticos e pacto de direitos sociais, econômicos e<br />

culturais , atualmente, muitas vezes, é necessário incorporar grupos de pessoas ao<br />

campo do reconhecimento de rol de direitos denominados como civis e políticos,<br />

como integrantes de grupos eventualmente excluídos, como aqueles discriminados<br />

por sua orientação sexual ou imigrantes não legalizados e mesmo quando legalizados<br />

ou até quando nascidos em um país não têm cidadania plena em razão das diretrizes<br />

de opção de obtenção de nacionalidade daquele país , para que esses grupos possam<br />

ter acesso aos direitos sociais, econômicos e culturais.<br />

1. Conteúdo principal<br />

O Pidesc enumera diretrizes gerais para aplicação do plano e rol de direitos<br />

sociais, culturais e econômicos, que podemos agrupar nas seguintes categorias:<br />

<br />

Para não falar da discriminação generalizada que os europeus de origem cigana sofrem em seus próprios países de<br />

origem e em quase todos os países europeus. Sobre proteção de minorias étnicas e direitos humanos, ver Juliana Santilli,<br />

As minorias étnicas e nacionais e os sistemas regionais (europeu e interamericano) de proteção dos direitos humanos<br />

(in: Piovesan, Flávia; Ikawa, Daniela (Coord.). Direitos humanos: fundamento, proteção e implementação, perspectivas e<br />

desafios contemporâneos. Curitiba: Juruá, 2007. v. 2, p. 326-346.<br />

<br />

Não se pode esquecer que o mundo vivia o período da chamada Guerra Fria, com países em torno da Europa, dita<br />

Ocidental, e dos EUA, e outros em torno da URSS e da China e de países da Europa, dita Oriental. No continente africano,<br />

vários países estavam em processo ou consolidação de descolonização, e na América Latina, inclusive o Brasil, vivia-se<br />

período repleto de ditaduras militares. Os tempos eram, portanto, de dissensos e antagonismos.<br />

<br />

E esta é a situação de muitas pessoas nascidas em países europeus, que não reconhecem a 2 a e até mesmo a 3 a geração<br />

de descendentes de imigrantes estrangeiros como nacionais, por adotarem o princípio do “direito de sangue” e não o do<br />

“direito do solo” para aquisição de nacionalidade, o que leva à seguinte situação: filhos e netos de nacionais europeus<br />

imigrados há mais de 100 anos para países como EUA, Brasil e Argentina, entre outros, podem ter a nacionalidade do<br />

país europeu reconhecida e os antigos imigrantes podem votar nas eleições de seus países de origem. Por outro lado, filhos<br />

e netos de imigrantes em países europeus, que não foram integrantes de antigos impérios coloniais (o que em alguns casos<br />

ajuda a garantir nacionalidade ou reconhecimento de parte dos direitos civis e políticos), que estudam, trabalham e pagam<br />

seus impostos, muitas vezes não têm direito a votar, a ter a nacionalidade do país em que nasceram e podem mesmo ser<br />

deportados para os ditos “países de origem” se cometerem crimes. Essa situação, em muitos casos, pode levar ao sentimento<br />

de desenraizamento e não pertencimento, do repúdio aos valores republicanos da igualdade na diversidade e à procura e<br />

valorização de uma cultura dita original, objeto, muitas vezes, de interpretação fundamentalista e excludente daquela do seu<br />

entorno, ou seja, do país em que vive.<br />

Luiza Cristina Fonseca Frischeisen<br />

257

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!