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258 – Reverendo G. VALE OWENFicamos à frente do grupo para recebê­lo quando passou pelo portão, efinalmente apareceu.Como ele se parecia, Líder? Quero dizer, sua aparência...Meu amigo, ele era um filho de Deus e, portanto, meu irmão, afundado no malcomo estava. Por esta razão, eu alegremente passaria por cima da descrição de suaaparência por caridade e por pena, que seria o que mais senti por ele naquela hora de suagrande ira e grande humilhação. Mas você me pede para descrever seu aspecto e o farei, everá o quanto profunda uma verdade pode estar sob as palavras “como derrubar opoderoso”.Ele era de estatura gigantesca, tão alto como um homem e meio de altura. Seusombros eram desiguais, o esquerdo mais baixo que o direito, e sua cabeça, quase semcabelos, era espetada num pescoço largo. Uma túnica de ouro velho e sem mangas estavasobre ele, e havia uma espada pendurada ao seu lado esquerdo, numa bainha de couroatravessada no seu ombro direito. Usava elmo de ferro e sapatos de couro não curtido, natesta uma tiara de prata manchada por oxidação e na frente dela, numa saliência, estavaesculpido algo semelhante a algum animal que poderia ser chamado de polvo terrestre, seisso existisse, símbolo de seu poder maligno. Seu aspecto total era de uma realezaescarnecedora, ou ainda, o esforço de ser nobre além do que pode. Paixão maligna, fúria,luxúria, crueldade e ódio pareciam dominar sua face escurecida e permear toda a suapersonalidade. E apesar disso revestiam uma nobreza potencial, anulando o que poderiater grande poder para o bom, agora tornado ao mal. Ele era um Arcanjo condenado, o queé uma maneira diferente de se dizer “arquidemônio”.Você sabe o que ele foi em sua vida terrena?Suas perguntas, amigo, eu gosto de responder, e quando você as faz posso sentiralgo do superior levando­o a fazer isto, que deve dizer respeito a mim. E, portanto, eu asrespondo. Não pare de fazê­las, não, pois podem estar nelas razões que não considerei eque poderia encontrar apenas pelo questionamento. Você não interpretará mal minhaintenção. Se ele fosse um grande cirurgião num grande hospital para os pobres na suaInglaterra, isto não quer dizer que os outros são como ele. Tivesse sido um pastor oufilantropo, não seria de se estranhar. Pois a aparência externa nem sempre está emconsonância com o homem real. Bem, isto ele foi, e isto você tem em uma palavra.Desculpe, se eu me meti nisto irrefletidamente.Não, não, meu filho. Não é assim... Não interprete mal minhas palavras. Pergunteo que quiser, porque o que for perguntado estará nas mentes de muitos, e você fala pormuitos.Assim lá ele permaneceu, o Rei inquestionável de toda aquela populaça, e haviacentenas deles que lotavam tudo atrás dele e no outro lado. Mas em torno dele era deixadoum espaço – eles não chegavam perto demais de seu braço. Sua mão esquerda seguravaum pesado e temível chicote com muitos fios, e nele seus olhos frequentemente pousavam eolhavam em torno rapidamente. Mas agora ele hesitava em falar, já que permanecemos emsilêncio, porque ele estava acostumado há muito tempo a falar com autoridade e àmaneira de um tirano, e faltava­lhe coragem de nos falar agora que nos viu, porque temosaparência pacífica em contraste com toda a temerosa e trêmula atitude de todos os outrosnaquele lugar. Mas enquanto esperávamos, encarando cada um dos outros, percebi queatrás dele havia um homem amarrado e preso por dois com o uniforme dos guardas queencontráramos no Portão Principal. Olhei muito acuradamente agora, porque ele estavanas sombras, e percebi que era nosso guia, o Capitão. Vendo isto, avancei rapidamente emsua direção e, ao passar pelo Chefe, toquei a lâmina de sua espada na passagem, e então

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