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353 – A VIDA ALÉM DO VÉUtambém encontra prazer em que eu o atenda, em minha submissão verdadeira e testada.Mas se fosse capaz de acrescentar em minha simplicidade a sabedoria, como seu Conselhogosta, não teria mantido minha cabeça por tanto tempo, nem sua doce confiança”.“Bem, de qualquer forma que esta questão esteja colocada, há sabedoria em suaspalavras, meu amigo. E agora, sobre o plano desta estrada?”“Faça a estrada, meu senhor. Faça­a direta e ampla, tão ampla e bempavimentada que um exército possa marchar com facilidade lá das fronteiras até osportões de seu palácio. Não a verei pronta e terminada, mas o senhor é jovem, meu Rei, eserá uma paisagem para se ver que bem valeu o custo e os anos de trabalho”.“Sim, seria com certeza uma paisagem para se ver – um exército contra mim pelaprópria estrada do rei. Você disse verdades, senhor Cavaleiro. E o que será quando o saqueao meu palácio começar?” ”Eles não saquearão seu palácio, senhor, nem tocarão suamajestade em sua pessoa. Chegarão empunhando sua própria bandeira ao senhor e à suacasa. DEIXE QUE OS BANDIDOS A CONSTRUAM”.“O Rei não conseguia entender. A lealdade de seu velho amigo ele conhecia, massuas palavras pareciam para ele as de um tolo. Mas ele não escarneceu de seu Cavaleiro,tendo em vista seus longos anos de serviço. Mas disse, “Bem, agora, como superaria estemomento, meu amigo? Duvido que meus leais súditos fizessem esta estrada, pois tememaqueles rudes bandidos dali”.“Então deixe os bandidos construí­la. Decrete que aquela estrada deve serconstruída; que seja começada pela extremidade da fronteira, pague altos salários epenhore a segurança de seus trabalhadores com sua honra. A estrada começará de lá até osenhor. Mas o senhor não será ferido, meu senhor”.Assim o Rei decretou, por sua real prerrogativa, que a estrada iria seguir somentesob seu domínio e não em terras comuns. E todos os nobres disseram que ele estavaperturbado. Mas ele insistiu nesta atitude, porque o espírito do velho Cavaleiro entrou nelee ele via com outros olhos, diferentes dos deles.Os bandidos começaram a trabalhar com seriedade, porque pensavam que issofacilitaria a eles no cerco que desejavam fazer para destronar o Rei. Mas as árvores erammuitas, e as alianças eram muitas, e ano após ano trabalharam e receberam seus salários.E conforme o tempo passou, achavam o trabalho mais fácil, e a face do Rei sobre as moedasquando recebiam seus salários parecia cada vez mais bondosa a seus olhos. Ele veiopessoalmente também até ali, e moveu­se livre e sem medo entre eles, e falou com ascrianças e suas mulheres, enquanto elas cozinhavam suas refeições para os homensdebaixo das árvores da floresta.E quando a estrada ficou pronta, não havia mais rebeldes em seu reino, mas ondea inimizade havia estado, ali agora desabrochara uma confiança mútua. Pois seu Rei e elesestiveram unidos num único trabalho ao fazer a estrada, e agora havia também umaestrada do Rei do palácio até as fronteiras, e eles não pareciam distantes um do outrocomo antes.Então chegou o dia em que o reino teve seu festival por estar a estrada pronta. Enaquele dia o grande exército veio, como profetizara o velho Cavaleiro; e eles vieram comas insígnias reais em suas bandeiras, e lá estavam as mulheres e suas crianças no meio.Mais ainda, os portões do palácio foram abertos a todos eles, e não havia nenhum guardaque lhes opusesse resistência.Há uma lenda sobre aquele dia que ainda é contada de pai para filho. Diz­se quenaquele dia, enquanto a feliz multidão passava cantando pelos portões, o Cavaleiro debarbas grisalhas, que havia morrido muitos anos antes, foi visto à frente deles, indoadiante e liderando­os até os pés do Rei que estava em pé no pórtico do palácio, no alto daescadaria. Ele foi visto, dizem eles, ajoelhando­se lá em cima, no último degrau, prestandoreverência ao que um dia havia sido o seu Soberano, e depois disto não mais foi visto.

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