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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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102afogaram nas ondas; os mais saíram <strong>em</strong> uma <strong>se</strong>tia, <strong>que</strong> lhes man<strong>do</strong>u Tomé da Rocha, capitão deSergipe, e tiraram alguma fazenda sua, e de el-rei, a qual man<strong>do</strong>u Gabriel Soares de Souza trazer aesta Bahia <strong>em</strong> a mesma <strong>se</strong>tia com <strong>do</strong>ze solda<strong>do</strong>s, de <strong>que</strong> veio por cabo Francisco Vieira, e por pilotoPero de Paiva, e Antônio Apeba, vin<strong>do</strong> ele por terra com os mais <strong>em</strong> cinco companhias, de <strong>que</strong> fezcapitães a Rui Boto de Souza, Pedro da Cunha de Andrade, Gregório Pinheiro, sobrinho <strong>do</strong> bispo d.Antônio Pinheiro, Lourenço Varela, e João Peres Galego. Fez também <strong>se</strong>u mestre de campo a Juliãoda Costa, e sargento maior a Julião Coelho.Chegaram a esta cidade, e foram b<strong>em</strong> recebi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r d. Francisco de Souza, <strong>que</strong>lhe fez dar a execução as provisões, <strong>que</strong> trazia de Sua Majestade para levar das aldeias <strong>do</strong>s padresda companhia 200 índios flecheiros, e os brancos <strong>que</strong> qui<strong>se</strong>ss<strong>em</strong> ir, com os quais <strong>se</strong> partiu para suafazenda de Jaguaripe, e aí reformou duas companhias, por Pero da Cunha, e Gregório Pinheiro não<strong>que</strong>rer ir na jornada, e deu uma a João Hom<strong>em</strong>, filho de Gracia da Vila, outra a Francisco Zorrilha.Foram por capelães o cônego Jacome de Queiroz, e Manuel Álvares, <strong>que</strong> depois foi vigário deNossa Senhora <strong>do</strong> Socorro.Partiram de Jaguaripe, e chegaram a <strong>se</strong>rra de Quareru, <strong>que</strong> são 50 léguas, onde fizeram umafortaleza de <strong>se</strong>s<strong>se</strong>nta palmos de vão com suas guaritas nos cantos, como el-rei mandava <strong>que</strong> <strong>se</strong>fizes<strong>se</strong> a cada 50 léguas.Aqui fizeram os mineiros fundição de pedra de uma beta, <strong>que</strong> <strong>se</strong> achou na <strong>se</strong>rra, e <strong>se</strong> tirouprata, mas o general a man<strong>do</strong>u <strong>se</strong>rrar; e deixan<strong>do</strong> ali 12 solda<strong>do</strong>s com um Luiz Pinto Africano porcabo deles, <strong>se</strong> foi com os mais outras 50 léguas, onde nasce o Rio de Paraguaçu, a fazer outrafortaleza, na qual pelas águas <strong>se</strong>r<strong>em</strong> ruins, e os mantimentos piores, <strong>que</strong> eram cobras, e lagartos,a<strong>do</strong>eceram muitos, e entre eles o mesmo Gabriel Soares, <strong>que</strong> morreu <strong>em</strong> poucos dias no mesmolugar, pouco mais ou menos, onde <strong>se</strong>u irmão havia faleci<strong>do</strong>.Foi <strong>se</strong>pulta<strong>do</strong> na fortaleza, <strong>que</strong> fazia, com muito <strong>se</strong>ntimento <strong>do</strong>s <strong>se</strong>us, e dela <strong>se</strong> vieram paraprimeira, <strong>que</strong> tinha melhores ares, e águas, <strong>do</strong>nde avisou o mestre de campo Julião da Costa aogoverna<strong>do</strong>r d. Francisco de Souza <strong>do</strong> <strong>que</strong> havia sucedi<strong>do</strong>, e ele os man<strong>do</strong>u recolher a esta cidade.Vieram pela cachoeira, <strong>do</strong>nde os foi Diogo Lopes Ulhoa buscar, e depois de os ter nos <strong>se</strong>u<strong>se</strong>ngenhos oito dias mui regala<strong>do</strong>s, os man<strong>do</strong>u nas suas barcas ao governa<strong>do</strong>r, <strong>que</strong> os não recebeu, eproveu com menos liberalidade, gastan<strong>do</strong> com eles de sua fazenda mais de <strong>do</strong>is mil cruza<strong>do</strong>s.O intento <strong>que</strong> Gabriel Soares levava nesta jornada era chegar ao Rio de S. Francisco, edepois por ele até a lagoa Dourada, <strong>do</strong>nde diz<strong>em</strong> <strong>que</strong> t<strong>em</strong> <strong>se</strong>u nascimento, e para isto levava porguia um índio por nome Guaraci, <strong>que</strong> <strong>que</strong>r dizer Sol, o qual também <strong>se</strong> lhe pôs, e morreu nocaminho, fican<strong>do</strong> de to<strong>do</strong> as minas obscuras, até <strong>que</strong> Deus verdadeiro Sol <strong>que</strong>ira manifestá-las.Os ossos de Gabriel Soares man<strong>do</strong>u <strong>se</strong>u sobrinho Bernar<strong>do</strong> Ribeiro buscar, e estão<strong>se</strong>pulta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> S. Bento com um título na <strong>se</strong>pultura, <strong>que</strong> declarou <strong>em</strong> <strong>se</strong>u testamento pu<strong>se</strong>s<strong>se</strong>, e otítulo é:Aqui jaz um peca<strong>do</strong>r.E não <strong>se</strong>i eu <strong>que</strong> outra mina ele nos pudera descobrir de mais verdade, <strong>se</strong> vivera, pois comoafirma o Evangelista S. João, <strong>se</strong> dis<strong>se</strong>rmos <strong>que</strong> não t<strong>em</strong>os peca<strong>do</strong>, mentimos, e não há <strong>em</strong> nósverdade.N. B. — Este capítulo vigésimo quarto foi copia<strong>do</strong> das adições, e <strong>em</strong>endas desta História <strong>do</strong>Brasil de <strong>frei</strong> Salva<strong>do</strong>r, porém o capítulo vigésimo quarto da dita História, é o <strong>que</strong> <strong>se</strong> <strong>se</strong>gue; <strong>que</strong> nas<strong>em</strong>endas é o vigésimo quinto.

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