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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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27Nesta ermida esteve antigamente por ermitão um frade leigo da nossa ord<strong>em</strong>, asturiano,chama<strong>do</strong> <strong>frei</strong> Pedro, de mui santa vida, como <strong>se</strong> confirmou <strong>em</strong> sua morte, a qual conheceu algunsdias antes, e <strong>se</strong> an<strong>do</strong>u despedin<strong>do</strong> das pessoas devotas, dizen<strong>do</strong> <strong>que</strong> feita a festa de Nossa Senhora,havia de morrer, e assim sucedeu, e o acharam morto de joelhos, e com as mãos levantadas comoquan<strong>do</strong> orava, e na tresladação de <strong>se</strong>us ossos desta igreja para o nosso convento, fez muitosmilagres, e poucos enfermos os tocam com devoção <strong>que</strong> não sar<strong>em</strong> logo, principalmente de febres,como tu<strong>do</strong> consta <strong>do</strong> Instrumento de test<strong>em</strong>unhas <strong>que</strong> esta no arquivo <strong>do</strong> convento.CAPÍTULO QUINTODa capitania de Porto SeguroEsta capitania foi a primeira terra <strong>do</strong> Brasil <strong>que</strong> <strong>se</strong> descobriu por Pedro Álvares Cabral in<strong>do</strong>para a Índia, como está dito no <strong>primeiro</strong> capítulo <strong>do</strong> <strong>primeiro</strong> <strong>livro</strong>, e dela fez el-rei mercê, e <strong>do</strong>açãode 50 léguas de terra na forma das mais a Pedro <strong>do</strong> Campo Tourinho, natural de Viana, muito vistona arte de marear, o qual arman<strong>do</strong> uma frota de muitos navios à sua custa, com sua mulher e filhos,e alguns parentes, e muitos amigos, partiu de Viana, e des<strong>em</strong>barcou no rio de Porto Seguro, <strong>que</strong> está<strong>em</strong> 16º, e <strong>do</strong>is terços, e <strong>se</strong> fortificou no mesmo lugar onde agora é a vila, cabeça desta capitania:edificou mais a vila de Santa Cruz, e outra de Santo Amaro, onde esta uma ermida de NossaSenhora da Ajuda <strong>em</strong> um monte mui alto, e no meio dele, no caminho pelo qual <strong>se</strong> sobe, uma fontede água milagrosa, assim nos efeitos, <strong>que</strong> Deus obra por meio dela, dan<strong>do</strong> saúde aos enfermos, <strong>que</strong>a beb<strong>em</strong>, como na orig<strong>em</strong>, <strong>que</strong> subitamente a deu o Senhor ali pela oração de um religioso dacompanhia, <strong>se</strong>gun<strong>do</strong> me dis<strong>se</strong> como test<strong>em</strong>unha de vista, e b<strong>em</strong> qualificada, um neto <strong>do</strong> dito Pedro<strong>do</strong> Campo Tourinho, e <strong>do</strong> <strong>se</strong>u próprio nome, meu condiscípulo no estu<strong>do</strong> das Artes e Teologia, edepois Deão da Sé desta Bahia, o qual depois da morte de <strong>se</strong>u avô, <strong>se</strong> veio a viver com sua avó <strong>em</strong>ãe, por sua mãe Leonor <strong>do</strong> Campo, com licença de Sua Majestade, vender a capitania a d. João deLencastre, <strong>primeiro</strong> du<strong>que</strong> de Aveiro, por 100 mil-réis de juro, o qual man<strong>do</strong>u logo capitão <strong>que</strong> agovernas<strong>se</strong> <strong>em</strong> <strong>se</strong>u nome, e fizes<strong>se</strong> um Engenho à sua custa, e des<strong>se</strong> ord<strong>em</strong> a <strong>se</strong> fazer<strong>em</strong> outros,como <strong>se</strong> fizeram, posto <strong>que</strong> depois <strong>se</strong> foram desfazen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s, assim por falta de bois, <strong>que</strong> não criaesta terra ga<strong>do</strong> vaccum, por causa de certa erva <strong>do</strong> pasto, <strong>que</strong> o mata, como por os muitos assaltos<strong>do</strong> gentio Aimoré, <strong>em</strong> <strong>que</strong> lhe matavam os escravos, pelo <strong>que</strong> também despovoaram muitosmora<strong>do</strong>res, e <strong>se</strong> passaram para outras capitanias.Porém s<strong>em</strong> isto t<strong>em</strong> outras coisas, pelas quais merecia <strong>se</strong>r b<strong>em</strong> povoada; por<strong>que</strong> no rioGrande, onde parte com a capitania <strong>do</strong>s Ilhéus, t<strong>em</strong> muito pau-<strong>brasil</strong>, e no rio das Caravelas muitozimbo, dinheiro de Angola, <strong>que</strong> são uns buziozinhos mui miú<strong>do</strong>s de <strong>que</strong> levam pipas cheias, etraz<strong>em</strong> por elas navios de negros, e na terra deste rio, e <strong>em</strong> todas as mais <strong>que</strong> há até entestar com asde Vasco Fernandes Coutinho, <strong>se</strong> dá muito b<strong>em</strong> o ga<strong>do</strong> vaccum, e <strong>se</strong> pod<strong>em</strong> com facilidade fazermuitos engenhos.CAPÍTULO SEXTODa capitania <strong>do</strong>s IlhéusQuan<strong>do</strong> el-rei d. João Terceiro repartiu as capitanias <strong>do</strong> Brasil, fez mercê de uma delas, com50 léguas de terra por costa, a Jorge de Figueire<strong>do</strong> Corrêa, escrivão de sua fazenda, a qual começada ponta <strong>do</strong> sul da barra da Bahia, chamada o morro de São Paulo, por diante.Este Jorge de Figueire<strong>do</strong> fez uma frota b<strong>em</strong> provida <strong>do</strong> necessário, e mora<strong>do</strong>res, com a qualman<strong>do</strong>u um castelhano, grande cavaleiro, hom<strong>em</strong> de esforço e experiência, chama<strong>do</strong> Francisco

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