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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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161dizen<strong>do</strong> «Sabei, luteranos, <strong>que</strong> este Senhor vos há de vencer», e com isto ven<strong>do</strong>-<strong>se</strong> livre de umchuveiro de pelouros, <strong>se</strong> foi ao sino da igreja Matriz, <strong>que</strong> ali estava perto, e o começou a repicarpublican<strong>do</strong> vitória, com <strong>que</strong> a gente <strong>se</strong> animou mais a alcançá-la, de sorte <strong>que</strong> o general <strong>do</strong>sholande<strong>se</strong>s <strong>se</strong> retirou para as naus com perto de 100 feri<strong>do</strong>s, de 300 <strong>que</strong> haviam des<strong>em</strong>barca<strong>do</strong>, ealguns. mortos, entre os quais foi um o <strong>se</strong>u almirante Guilherme Ians, e outro o trai<strong>do</strong>r RodrigoPedro, <strong>que</strong> na mesma vila havia si<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r, e casa<strong>do</strong> com mulher portuguesa, e <strong>se</strong>n<strong>do</strong> trazi<strong>do</strong> porculpas a esta Bahia, fugiu <strong>do</strong> cárcere para Holanda, e vinha por capitão <strong>em</strong> uma nau nesta jornada, ecom esta raiva man<strong>do</strong>u o general uma nau, e. quatro lanchas a <strong>que</strong>imar a caravela de Salva<strong>do</strong>rCorrea, <strong>que</strong> havia manda<strong>do</strong> meter pelo rio acima, <strong>em</strong> um estreito, mas ele acudiu nas suas canoas, elhes matou quarenta homens, e tomou uma das lanchas.O dia <strong>se</strong>guinte escreveu o general a Francisco de Aguiar neste mo<strong>do</strong>: “Vossa Senhoria estarátão contente <strong>do</strong> sucesso passa<strong>do</strong>, quanto eu estou <strong>se</strong>nti<strong>do</strong>, mas são sucessos da guerra; <strong>se</strong> me qui<strong>se</strong>rmandar os meus, <strong>que</strong> lá t<strong>em</strong> cativos, resgatá-los-ei, quan<strong>do</strong> não, caber-nos-á mais mantimento aos<strong>que</strong> cá estamos».Isto lhe escreveu o general cuidan<strong>do</strong> <strong>que</strong> ficaram na terra menos mortos, e mais cativos, masn<strong>em</strong> es<strong>se</strong>s poucos lhe quis mandar o governa<strong>do</strong>r, e assim <strong>se</strong> fez o holandês à vela <strong>em</strong> 18 de março, e<strong>se</strong> partia com muito pouca gente, <strong>do</strong>nde <strong>em</strong> sain<strong>do</strong> topou com o navio <strong>do</strong>s padres da companhia, <strong>em</strong><strong>que</strong> nos haviam toma<strong>do</strong>, e os mesmos holande<strong>se</strong>s haviam da<strong>do</strong> a Antônio Maio, mestre <strong>do</strong> navio ded. Francisco Sarmento, <strong>em</strong> troco <strong>do</strong> <strong>se</strong>u, e vinha já outra vez <strong>do</strong> Rio de Janeiro carrega<strong>do</strong> de açúcarpara a ilha Terceira, o qual trouxeram até a barra da Bahia, e daí mandaram um patacho de noitereconhecer o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> porto, e das naus <strong>que</strong> nele estavam, e por dizer<strong>em</strong> <strong>que</strong> era a armada deEspanha, descarregan<strong>do</strong> nas suas, e pon<strong>do</strong> fogo ao navio, <strong>se</strong> foram por defronte de Olinda, <strong>em</strong>Pernambuco, <strong>do</strong>nde tomaram um negro de João Guteres, <strong>que</strong> andava pescan<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma jangada, elhe perguntaram <strong>se</strong> estava a Bahia recuperada, o qual não só lhes dis<strong>se</strong> <strong>que</strong> sim, <strong>se</strong>não também qu<strong>em</strong>andara o general d. Fadri<strong>que</strong> de Tole<strong>do</strong> matar as flamengos to<strong>do</strong>s: e eles / ainda <strong>que</strong> era mentira /o creram, dizen<strong>do</strong> não <strong>se</strong>ria ele castelhano, e descendente <strong>do</strong> du<strong>que</strong> de Alba; pelo <strong>que</strong> <strong>se</strong> foram àilha de Fernão de Noronha a fazer aguada, e chacinas, com <strong>que</strong> <strong>se</strong> tornaram para Holanda levan<strong>do</strong> onegro consigo; e aos mais negros e brancos, <strong>que</strong> haviam toma<strong>do</strong> no navio <strong>do</strong>s padres, deram umpatachinho, <strong>em</strong> <strong>que</strong> foram cair a Paraíba, e contaram estas novas. E Salva<strong>do</strong>r Correa, <strong>que</strong> ficouvitorioso no Espírito Santo, <strong>se</strong> partia nas suas canoas com a sua gente para a Bahia, onde <strong>se</strong> meteuentre a armada, e foi <strong>do</strong>s generais, e de todas a<strong>que</strong>les fidalgos b<strong>em</strong> recebi<strong>do</strong>.Da mesma maneira saben<strong>do</strong> Jerônimo Cavalcanti de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, <strong>em</strong> Pernambuco, deLaçarote de Franca, <strong>que</strong> <strong>se</strong> perdeu na nau Caridade, na Paraíba, <strong>que</strong> a armada era passada para aBahia, <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcou <strong>em</strong> um navio por ord<strong>em</strong> <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Mathias de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, com <strong>do</strong>isirmãos <strong>se</strong>us, e outros parentes, e amigos, e 130 solda<strong>do</strong>s, todas sustenta<strong>do</strong>s à sua custa, e vin<strong>do</strong>encontrou-<strong>se</strong> no mar com o patacho, <strong>que</strong> os holande<strong>se</strong>s haviam manda<strong>do</strong> vigiar antes da vinda danossa armada, com cuja vinda ficou de fora; este cometeu o de Jerônimo Cavalcanti, e depois de <strong>se</strong>tirar<strong>em</strong> um, e outro muitas bombardadas, <strong>se</strong>n<strong>do</strong> mortos cinco <strong>do</strong>s nossos, um <strong>do</strong>s quais foi EstevãoFerreira, capitão da proa, <strong>que</strong> com estar feri<strong>do</strong> <strong>se</strong> não quis recolher até o não matar<strong>em</strong> osholande<strong>se</strong>s, e <strong>se</strong> foram, <strong>que</strong> não devia de <strong>se</strong>r s<strong>em</strong> ter<strong>em</strong> também muitos mortos, ou recebi<strong>do</strong> algumdano, e os Cavalcantis entraram na Bahia. <strong>do</strong>nde foram b<strong>em</strong> recebi<strong>do</strong>s de to<strong>do</strong>s, particularmente <strong>do</strong>capitão-mor d. Francisco de Moura, <strong>se</strong>u primo, e <strong>do</strong> <strong>se</strong>nhor de Pernambuco Duarte de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>,<strong>que</strong> havia vin<strong>do</strong> na armada por solda<strong>do</strong>, e Sua Majestade <strong>se</strong> deu <strong>do</strong> feito por b<strong>em</strong> <strong>se</strong>rvi<strong>do</strong>, como omanifestou <strong>em</strong> uma carta, <strong>que</strong> escreveu ao mesmo Jerônimo Cavalcanti.

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